O Segredo de Glorinha

O Segredo de Glorinha

PRECISO CONTAR PARA VOCÊS a história de Glorinha!

Mas quem é Glorinha?

Como toda mulher é uma Brasileira, lutadora, guerreira. É antes de tudo: Um anjo!

Só quem teve a graça e oportunidade de conhecê-la sabe muito bem da realidade.

Imagine só quem pode conviver com ela mais de perto: Sua família, seus pais, irmãos, marido,

filhos e netos, foram muito privilegiados.

Sim, porque Glorinha é uma grande MÃE, imitando aquela que é também a MÃE de DEUS,

ela sempre amou profundamente e perdoou como o PAI nos ensinou.

Além dos seus quatros filhos naturais que teve de parto normal, e alimentou com leite materno,

foi mãe de leite de muitas crianças vizinhas que necessitavam na época e sempre quando pode, seja

na vizinhança ou no seu emprego, acha alguém perto que esteja precisando e ajuda, adota mais filhos

por aí afora.

Vive um grande amor há 50 anos com o mesmo marido, pai dos seus filhos, e namoram muito!

Tem sempre no rosto um sorriso de quem sabe muito bem viver e agradecer a mais um dia

com saúde e esperança.

O coração dela é muito bondoso, generoso e imenso, capaz de amar sem olhar a quem, assim

como Jesus ordenou. Tem gente que, infelizmente, até abusa dessa sua alma benevolente e doadora.

Mas não se engane, ela tem um sexto sentido muito forte e quando não gosta de alguém, eita

hein, sai de baixo, muito difícil mudar de opinião e perto da pessoa ela não quer ficar não.

A maior tristeza da vida de Glorinha foi o falecimento de uma de suas filhas.

Foi há pouco tempo que perdeu sua filha primogênita. Ela teve câncer de ovário com metástase

no peritônio. Sofreu muito, pois o câncer dela estava muito avançado, já com metástase e não tinha

nada o que a medicina pudesse muito fazer.

Sua mãe Glorinha, como não podia deixar de ser diferente, ficou ao seu lado a todo momento,

cuidando da sua alimentação, conversando, fazendo todo tipo de companhia, até nos últimos estágios da doença ficou ao lado da filha e a mesma morreu segurando sua mão.

Foi uma perda irreparável pra ela, triste mesmo. Já não é um processo natural a mãe ter que

enterrar os filhos, o natural seria os filhos enterrarem os pais pelo ciclo natural da vida. Enfim, toda

a família sofreu muito, mas Glorinha sofreu e sofre muito mais até hoje, pois ela tinha uma ligação

muito especial com essa filha, ela era a sua conselheira, orientadora nas horas das dúvidas, porque

mais que mãe e filhas, elas eram amigas!

Logo em seguida, acabou descobrindo que estava com câncer de mama, mas ela estava muito

mais forte como uma fortaleza e resignada e disse ao médico:

–– Não existe nada pior do que perder um filho. Se eu tiver que morrer, que seja feita a vontade

de Deus. A doença não dá em pedra, dá em gente, seres humanos, não sou melhor e nem pior que

ninguém, se eu tive foi porque Deus quis!

E ela o venceu!

Foi um longo e sofrido tratamento que só ela que passou sabe! Mas....

Ela venceu!

Ainda está em manutenção anual, mas sua cura é muito maior do que a física por que sua

mente mudou, evoluiu muito. Já é um mistério como foi que, justamente ela, foi ter essa doença. Os

médicos deduziram que foi emocional devido à perda recente da filha, pois ela é sem sombra de

dúvidas muito saudável, com muito bom astral, sempre com pensamentos positivos, com uma fé

inabalável, aliás preciso destacar isso, pois sua religiosidade é incrível, ela conseguiu muitos milagres

em sua vida, sempre rezando pelos que são de sua família.

Assim como todo ser humano, tem seus medos, suas falhas. Sofreu muito, lutou, brigou, mas

sorriu muito também, pois tristeza não paga conta, não se esqueça o ditado!

E seu lema hoje, assim como na música, é:

“Viva a vida!

Quebrei a taça da amargura, atirei seus pedaços ao vento, gritei bem alto: viva a vida!

O sol que andava meio ausente voltou a brilhar novamente no sorriso da mulher querida.

As minhas lágrimas secaram para sempre sua presença mandou a saudade embora”

Mas vamos ao começo: Glorinha nasceu no interior do Espirito Santo, em Bahia Nova, no ano

de 1943. Foi a caçula de dezesseis irmãos, sendo que dois nasceram mortos, então vivos foram

catorze, sendo nove homens e cinco mulheres e ela foi a décima quarta filha, a quinta mulher.

Seu pai era lavrador na roça, junto com seus filhos. Todos trabalhavam na lavoura para

sustento próprio, ninguém tinha salário. Eles cultivavam café, laranja, milho e trocavam por tecidos

para sua mãe fazer roupas, por sal, tudo era trocado. O que eles produziam na roça usavam ou trocavam para adquirir aquilo que não produziam.

Ela ficou muito triste quando seu pai faleceu, pois ela sentia que ele se importava muito com

ela, ele queria outra vida para ela, via o quanto ela era inteligente e queria muito que ela estudasse.

No ano de 1950, quando Glorinha tinha sete anos, seu pai havia a matriculado na escola, no começo

de janeiro e no dia 27 do mesmo mês ele faleceu.

Toda a base da família se desestruturou, pois o pai era o alicerce dessa família. Sendo assim,

Glorinha teve que ir morar com um irmão mais velho, na capital. Sua mãe, que já era idosa e doente,

achou que seria o melhor para ela uma vez que achou que lá ela teria mais oportunidades, poderia

estudar.

Ledo engano de sua mãe, coitada. Mal sabia ela que Glorinha viria a sofrer muito nessa casa

e ainda passou por maus tratos, abusos, humilhações e ainda por cima calada, não conseguia contar e

nem desabafar com ninguém, pois tinha medo que contando para o restante da família, eles viessem

a brigar e trouxesse assim a desunião dos irmãos e da família, algo que era sagrado para ela. Nossa

heroína foi a verdadeira Cinderela, que assim como no conto infantil mágico da Disney, ela também

teve um belo príncipe, que veio salvá-la daquela casa e eles foram felizes para sempre!

Karina Cassia Pina Moraes

Kah Pina Moraes
Enviado por Kah Pina Moraes em 10/12/2019
Código do texto: T6815497
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.