BARDO BRITÂNICO OU UNIVERSAL? - PARTE III
WILLIAM, luta pelo poder + dramas de amor, Renascimento, século XVI, tempo elisabetano de muitas conspirações. Maior divulgação da obra deste autor clássico a partir do século XIX, tempo do Romantismo europeu, e historicismo popularizado no palco somente após a II GM. Dimensão poética singular no teatro, técnica original de mesclar gêneros como a tragédia, o drama histórico e a comédia (rir sempre foi o melhor remédio). Muita ambiguidade, na política e no amor, daí 'herança' de vida até nossos dias, lágrimas e/ou sorrisos sob olhares contemporâneos Tudo nos soa possível, independente deste ou daquele tema, preocupações eternas, humanas-universais, como se fosse aqui e agora - "Hamlet", por exemplo, ações acontecendo longe de Londres, século incerto, tempo e lugar distantes: fábulas, sonhos...
Morto há 403 anos (o tempo urge!), o "pai do teatro ocidental" que em muitos momentos atualizou mitos gregos e nos deixou 'dicas' para compreendermos o mundo e psicologicamente a nós mesmos. Em 1916, o mundo inteiro repassando suas obras, retratos dentro da tragédia e da comédia humanas. Na época, a Inglaterra ainda usava o calendário juliano (pesquise, caro leitor) e o 23 de abril deles /triste data do "the end...") era o nosso 3 de maio.
"Romeu e Julieta" - antropocentrismo e individualismo representados pelo casal jovem / petrarquismo representado por Rosalina / libertação da tradição, por frei Lourenço / carpe diem, por Mercucio e Ana / contradição è mentalidade medieval.
Para o grande público:
"Hamlet", adaptação freudiana em 1948 - príncipe em vingança à morte do pai, pelo tio, que depois casa com a rainha. (Lembram quando o quarteto dos Trapalhões parodiavam com a palavra "Omelete"?)
"Romeu e Julieta", peça baseada num conto italiano de Arthur Brooke, escrito em 1562, e outro de William Painter, 1567, união das duas estórias, extensão do enredo, criação dos 'coadjuvantes', Mercucio e Paris, como elenco de apoio - diz-se que WILLIAM escreveu em 1591, publicação somente em 1597 após muitas emendas e correções. (Quem não erra?) Sucesso no cinema (primeira vez em 1908), no teatro e na tevê.
"A megera domada", comédia escrita em 1596, ambientada na cidade de Pádua, Itália - muito humor e picardia. Sucesso no cinema, "Dez coisas que eu odeio em você", comédia romântica, 1999, e na tevê, telenovelas "A indomável", 1965, e "O cravo e a rosa", 2001.
FONTES:
Um velho caderno universitário --- "Drama e sonho", de Guilherme Freitas e Luiz Felipe Reis - Rio, jornal O Globo, 17/4/16.
F I M