O grande dia chegou. Foi para o camarim se vestir e deu com um arranjo belíssimo de flores em cada canto do cômodo. Bombons finos e um anel lindíssimo. Junto dele havia um bilhete de próprio punho:
- Adorarei vê-lo em seu dedo lá do meu camarote.
Assinado: Um homem perdidamente apaixonado!
Rebecca não sabia se ria ou se pegava a jóia.
Sua assistente entrou no camarim espantada! 
Rebecca, que luxo! Ele está muito interessado.
Ela quebrou o gelo que tentara imprimir desde então e disse:
- Não seria só o mimo do patrocinador? Deveria usar?
As duas conversaram com o produtor que chegou atrasado. Ele riu e disse a ela que seria uma noiva belíssima! Mas que ela prometesse nunca parar de cantar.
- Noiva? Ele não é casado?
Disfarçou sua alegria quando Cícero disse que no último evento ele estava acompanhado de Jussara, a secretária que inclusive fechara todos os detalhes para o evento no Brasil.
Rebecca ficou sem entender. Depois pensou que talvez fosse outra, a mulher que vira na Croácia. Mas não, Cícero confirmara. Ele era um homem solteiro... 
Usou o anel.
Durante a apresentação, evitou olhar para os camarotes. Mas no final, com o gesto impulsivo, beijou o anel e olhou para o camarote mais próximo acertando que ele estaria lá. Sorrindo, agradeceu-lhe a jóia.
Mas ao voltar para o camarim, se sentiu comprada pelo milionário e saiu dalí antes que ele a encontrasse no teatro.
Cícero a procurou pelo belo edifício e sem saber o que dizer, pediu desculpas pela ausência repentina da cantora.
Ela chegou ao hotel e foi para um banho. Seu jeito impulsivo lhe trouxera muitos problemas e certamente sua saída sem explicações lhe renderia uma boa discussão com o produtor.
A campainha soou. Abriu a porta, enxugando os cabelos na certeza que era Bibiana, sua assistente.
Deu de cara com aqueles olhos negros, profundos do mesmo homem que  com uma voz rouca, lhe perguntou: 
- Por que?