ESCRITOS DE ECONOMIA POLÍTICA
Naquele acampamento, eu e ela divergíamos em um debate sobre economia política. Ela, filha de empresários e sócia de uma startup, vinha com defesas de velhos conceitos liberais, a brios quase colegiais e indecentes. Eu a rebatia quando se colocava como boa samaritana econômica: "gero empregos; famílias dependem"... "Porra nenhuma! Você e os seus possuem os meios de produção, necessitando explorar a força de trabalho alheia, para lucrar e o que produz, os seus empregados não consomem. É a ponta do iceberg do desenvolvimento econômico, o que não significa ascender".
Neste momento, a cabeça de um dragão invadiu nossa barraca, cuspindo fogo para todos os lados que pudesse girar aquele imenso pescoço, vitimando-nos fatalmente.
Conclui-se, após trabalhos seculares sob à égide dos signos do cu: não há possibilidade de uma dialética intercalada em fluxos de variáveis antíteses.