ESCREVER

Hoje estou com um firme propósito de pensar no trabalho árduo do escritor.

Escritor! Que palavra forte!

Lembra um desejo insano de fazer algo que não está ao alcance. Não sei o que é ser escritor de verdade. Sei o que é escrever. Coloca-se no papel letras, que formam palavras e tornam-se frases, que com o tempo, inúmeras revisões, infinitas críticas vão tomando forma.

Primeiro pensa-se no que se deseja escrever. O que já é bastante difícil. Escrever sobre que assunto? O que pode interessar a alguém?

Depois colocar as palavras no papel. Qual palavra usar?

E a criatividade? O que pode interessar o leitor? Quem escreve pensa no leitor. O que é possível interessar ao outro? Qual assunto vai prender a atenção e as horas sem fio de um leitor?

Tarefa difícil. Mas, não impossível. Todo escritor passa por momentos de estresse. Escrever o quê? Para quem?

Nada tem importância. Apenas registrar no papel seus pensamentos e seus sentimentos. Quem ler os transformará em seus próprios pensamentos e sentimentos. Nada muito além daquilo que pode tocar o coração do leitor. Ou quem sabe ativar a adrenalina?

Colocar palavras leves e ao mesmo tempo pesadas. Que expressem uma realidade ou um fato corriqueiro, mas que ao mesmo tempo torna-se tão efêmero ou verdadeiro.

Podem ser pensamentos positivos ou negativos.

Cada estilo de escrita pode expressar um pensamento diferente. O que vai depender da criatividade.

Caso seja questionadora criará no leitor uma vontade de dialogar com o autor, questionar tal opinião, levantar hipóteses, sugerir soluções.

Se for afirmativa pode gerar no leitor um desejo insano de jogar tudo para o ar, livro, autor, tempo gasto e partir para outro estilo de escrita, outro autor mais interessante.

Se for negativo provavelmente não será nem aberto pelo leitor que ao perceber que aquele pensamento pode jogá-lo no abismo de sua própria alma ou mesmo afundá-lo em suas próprias mágoas e sofrimentos, certamente o abandonará.

O texto pode, ainda, ser tão desafiador que levará o leitor a ler e reler quantas vezes for necessário para perceber que sentimento o autor quis expressar e como esse sentimento pode lhe ser útil.

Caso seja uma produção muito sonhadora agradará aos amantes da divagação levando-os ao prazer extremo que os sonhos podem gerar no ser humano ou ao contrário levar a uma dura crítica que poderá afundar aquela obra para sempre.

Os textos exigem concordância gramatical. São tantas as possibilidades que o escritor entra nesse emaranhado sempre lembrando que há o correto até encontrá-lo. Momento em que o texto, já com olhar maduro, expressa sentimentos coerentes, com concordância nas frases levando o leitor a amar o que leu.

Pode-se neste momento ainda assim ter a sua produção refutada. Quem garante que o leitor está interessado no que você escreveu? Voltamos neste momento a estaca zero da produção literária: o que escreveu é interessante para alguém?

O escritor conta então com os seus colaboradores. Quem são? São pessoas que vão lendo o que você escreveu. Vão fazendo sugestões, mudando conexões, mas jamais interferindo na sua própria criação. Pode ser um amigo, um revisor profissional, um editor.

Será que alguém quer ler realmente o que o outro escreve? É uma incógnita.

Mas, tudo bem. Quem sabe na posteridade o que se escreve apresente algum sentido? Será que alguém terá a curiosidade em descobrir os motivos que levou o escritor a escrever sobre determinado assunto ou traçar aquelas linhas?

Difícil saber.

Tudo bem!!! Já é um bom começo. Quem sabe um dia o autor chega ao sucesso? Vamos aguardar...

06/08/2015

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 30/10/2019
Código do texto: T6783297
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