Cúmplice Ventura.

Imaginação aguçada ao escrever um livro, onde pretendia contar a história de um dos seus amores, que aparentava ser perfeito. Linhas e linhas surgiam aos montes, deslumbradas de calor e harmonia. Quando, em sua conclusão, o amor rasgou todo o ensaio produzido até então. Ontem, havia a necessidade viva de sair ao encontro da alegria, que tantas vezes, aperfeiçoou o carinho contagiante dos afagos contidos na alma. Entretanto, o hoje não demonstra com a mesma precisão esse tão amado desejo e o novo sentido muda o aspecto tranquilo da jovem mulher que existe por trás dos livros de Direito.

Leica não costuma se esconder dos seus anseios, pelo contrário, busca sempre uma visão dilatada do sorriso, que se renovam diante de uma contradição. Nessa manifestação de coragem, pois ela enfrenta os seus fantasmas com a luz do seu imaginário mundo feliz, sem se preocupar como a severidade proposta pelo fim do amor que durava mais de 17 anos; porque ela não queria fazer desse rompimento um problema.

Às vezes, o pânico existencial a olhava ensaiando ficar por perto, mas era logo mandado embora, por um derradeiro inventar poético, ou simplesmente uma leitura para não deixar morrer em seu admirar os poemas de Álvaro de Campos. Assim sendo, essas leituras a remetiam, brincando, para o além-mar.

Norma Barros
Enviado por Norma Barros em 03/10/2007
Reeditado em 06/08/2018
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