RIO ANTIGO
1---Biblioteca Nacional (no geral, possui 9 milhões de itens) expondo ineditamente acervo de documentos raros de cartografia, itens de iconografia, mapas, gravuras e fotos raras de um passado urbanístico e arquitetônico, em várias tentativas de (re-)organizar a malha do espaço urbano - história/estória da paisagem carioca; evolução da cidade, todas as fases de formação, diferentes visões dos tempos coloniais ao século XX, 400 anos... /Vistas para o Congresso Mundial de Arquitetos em 2020./
Exposição partindo do caráter barroco, cidade já sem planejamento - nada de grandes avenidas ou ruas retas, "cidade torta em espaços 'serpenteados' nos morros; cortiços insalubres e lagoas pestilentas", descrição do artista e escritor inglês James FORBES, 1765, litoral desenhado com casinhas, torres de igrejas, morros do Castelo e do Mosteiro de São Bento (fundado em 1589 por monges portugueses vindos da Bahia um ano antes), atrás a cadeia de montanhas e ainda embarcações à vela na Baía de Guanabara. ----- A questão urbanística já pensada desde 1808 - melhora da iluminação e construção de prédios com mais qualidade. ----- Chegando com a missão artística francesa, 1815, o arquiteto parisiense Grandean de MONTIGNY traçou um plano urbanístico para o centro da cidade: passeios verdes e uma ligação entre a Praça XV (trecho da futura Av. Pres. Vargas) e a área que ele chamou de Leopoldina (antiga estação de futuros trens) - textos em francês, bico de pena, desenhos em aquarela; incluir a Praça do Comércio (hoje Casa França-Brasil), disseminação da arquitetura neoclássica. ----- Nomes fundamentais no século XVIII, o do Marquês do LAVRADIO (rua que contemporaneamente reúne no centro incríveis lojas de antiguidades!) que ordenou mudança do comércio de escravos das ruas para o Valongo, e de Mestre VALENTIM, importantíssimo arquiteto mestiço, que projetou o chafariz da Praça Quinze, o Passeio Público, primeiro parque do país, e muitas outras obras. ----- A partir do começo do século XIX, desenho a lápis da Igreja da Glória (construção barroca iniciada em 1714) pelo pintor austríaco Thomas ENDER, 1817, que chegou com a Expedição Científica de História Natural para o casamento da arqui duquesa Leopoldina com o príncipe Dom Pedro. ----- Deste mesmo "baú" do século XIX, planta do engenheiro militar João da Rocha FRAGOSO, espantosos detalhes em 1836: fachadas de 'edifícios', prédios públicos e igrejas. ----- Chegando ao século XX, o prédio da Biblioteca Nacional, inaugurada em 1910, projeto do engenheiro militar Francisco de SOUZA AGUIAR, as obras do prefeito PEREIRA PASSOS e o desmonte do Morro do Castelo; ainda o plano do arquiteto francês Alfred AGACHE, que em 1930 pensou o Rio sob concepção moderna (não saiu do papel), e a destruição (que outra nomenclatura?) do Palácio Monroe na década de 70.
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FONTE:
"A paisagem carioca e suas muitas histórias" - Rio, jornal O Globo, 8/9/19.
F I M