A COLEIRA

   Vi quando aquele indivíduo adentrou o quintal pulando o muro, era mal encarado e certamente não tinha boas intenções. Ele não tinha me visto, deduzi logo, mas fiquei quieto aguardando o momento certo para agir. Caminhou calmamente até a área que dava acesso a cozinha, foi quando o desgraçado me viu, nesse momento tive que reagir, não dava para ficar só observando, alguma coisa tinha de ser feita, mas eu estava amarrado, nem me dei conta desse detalhe. Fiz todo esforço para me soltar e nada, queria tanto estraçalhar esse cara para ele aprender a não invadir propriedade alheia! O safado estava tão tranqüilo quando me viu preso que não teve o menor problema para tentar arrombar a porta da cozinha, apesar de ser dia e os donos da casa se encontrarem ausentes.

   Meu esforço foi grande para tentar me desvencilhar dessa coleira que me prendia com uma corrente, porém diante dos meus latidos os vizinhos foram alertados e o sujeito fugiu sem perpetrar o roubo.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 24/10/2019
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