a gatinha iludida
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Era uma vez uma gatinha perdida no mato, estava com sede e muita fome. Havia caminhado por muito tempo procurando os seus donos, mas não estava acostumada com lugares rurais, daí sua pata estava machucada com os espinhos de araucárias (árvore espinhosa) que pensava ser boas para escalar.
Lembrava o dia que perdeu os seus donos, foi um passeio que sua dona quisera fazer, oferecendo um piquenique aos filhos e interessou-se por esse lugar todo verde.
A liberdade junta à curiosidade fez a gatinha expandir território, sendo assim ficou tão distante de seus donos que se perdeu na mata.
E agora a triste realidade, por um lado a diversidade animal causando medo do perigo, por outro lado um mundo desconhecido entre a fome e a sede os quais a devora diariamente.
Já passara semanas e cabisbaixo a tristeza veio fazer companhia. Já não tinha os cafunes das crianças, nem o conforto de seu sofá predileto.
A realidade agora é cruel, enfrentando insetos canibais e barulhos que amedrontam, como uma suposta risada de chimpanzés ou o rosnar de felinos grandes, entre eles leões, onças e tigres.
Em seu pescoço o laço cor de rosa está sujo, muito diferente de quando a sua dona o colocou para o passeio com a família.
Mas que surge entre umas árvores um homem com um rifle nas mãos.
Deveria ser um herói enviado por sua dona para salvar a gatinha Fifi das péssimas condições a qual se encontrara.
Será? Talvez seja, afinal de contas ele olhou para a gatinha com olhos brilhantes, como se encontrasse algo que procurava a muito tempo, então provavelmente seja o seu anjo da guarda, salvando-a deste submundo que não é para gatos domesticados como Fifi.
Então sorriso largo sobreveio e foi ao colo do suposto herói que assim pensava que fosse. Mas o imprevisto surgiu, esse herói era um caçador faminto e desejava um churrasquinho de gato como petisco.
Fifi arranhou o caçador até ele desistir deste alimento desejado e conseguiu se safar.
Para a sua alegria sua dona apareceu junto aos bombeiros e salvou a Fifi deste pesadelo na floresta.
De volta para casa, eis a alegria de rever sua família, seus brinquedos e seu sofá. .. ah o seu fofinho sofá. Que tal uma água? Seria uma boa pedida, mas antes que tal algo para comer? Sua dona fez um churrasquinho assado...
Moral da estória : não se iluda com "certos heróis" que possam aparecer para te salvar, ele também tem fome.
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