POR QUE O MULHERIO PREFERE A MENTIRA?

Feliz e surpreendentemente, acima de qualquer sonho-desejo-utopia, minha futura AMIGA carioca Geminiana de 30 de maio, dia da valente francesa Joana D'Arc, passou num vestibular: Letras / UFRJ. Súbita mudança de prédio, 'aumentíssimo' número de vagas, chamariz de somente três disciplinas básicas: português, latim, literatura......... é pegar ou largar. Foi cursando com brilho, uns bons anos, contrariando o olho-grande e o despeito da primalhada vagabunda. Ao final do curso, uma destas continuou duvidando... "Mas como é que você conseguiu passar?" ELA respirou fundo e imitou os literatos imaginativos. "Foi assim. Eu caminhava pela rua da faculdade, avenida Chile, centro do Rio, e nem sabia do que se tratava. Um carro parou e um homem, pela janela, se dizendo diretor, perguntou se eu queria estudar ali. Falar com uma das atendentes e entregar minha carteira de identidade. Moleza..." A idiota acreditou e espalhou a falsa notícia pela família inteira......... Verdade tem pernas longas, porém discretas.

Dentro do sonho-desejo, ELA namorou e casou num tempo curto. Civil, cartório, para que chamar gente fofoqueira e curiosa? Sem convidados. Ora, um Gigante de olhos verdes, consciente da sedução. Vizinhas de idades variadas chamavam para trocar lâmpada ou desemperrar gaveta ou arrastar móvel pesado - mulher permitia num tempo de poucos minutos (toda esposa deve possuir sempre faca de cozinha que corta até embutidos congelados), ele voltava orgulhoso e sorridente... Passaram a perguntar a ele se eram casados de verdade porque ninguém vira... "Somos!" Não usavam algema no anular. E de repente, o mulherio diminuiu o entusiasmo. Menos pedidos, pedido zero. A mesma prima duvidou... ELA respirou fundo e repetiu um literato qualquer. "Segredo (em ouvido de mulher?!), ninguém pode saber... Não casei, não. Falsifiquei todos os meus documentos, acrescentando o sobrenome dele... até nos diplomas de Letras e Educação". A idiota acreditou e espalhou a falsa notícia com as vizinhas e pela família inteira. (Em compensação, o mulherio nunca mais pediu nada a ele.)

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 19/10/2019
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