Tatá na Jaguaribe 30
Nunca aconteceu em sonho, voltar no tempo, viver em cena como de filme épico. Tatá se viu num ambiente, como aqueles narrados pela história, vividos pelos povos europeus, quem sabe, greco-romano.
Não soube ao certo identificar qual período. As características das construções assemelhavam-se àquelas do mundo grego, quem sabe, período medieval.
Iniciou o sonho andando, entrando em um ambiente onde sinalizava ser esconderijo de guerra.
Como era intrusa, ficou escondida atrás da coluna de uma grande entrada, portaria com arcadas ovaladas . As paredes tinha um tom envelhecido que oscilava entre o ocre e o preto, este, indicando ser a ofuscação do primeiro pela corrosão do tempo.
Passou ficar a espreita, aguardava por seu avô, foi até lá tentar tirá-lo de um conflito militar.
Depois de algum tempo escondida, avista ao longe, vindo na direção daquela portaria, o avô. Era bem mais novo, no mesmo tom da pele morena que tinha em vida, como aquele que a neta conheceu nas fotos com quarenta anos. Tinha vestimenta militar, estava descalço, sua roupa aparentava a dos soldados que serviam o Império Romano.
Andava descalço, sujo, como quem tivesse lutado bastante, com túnicas no tom bordô, encobria toda a extensão do tronco na parte das costas, com colete de couro sobreposto, e bermuda marrons.
Gesticulava muito, expressando pelo movimentar das mãos e rosto que deliberava sobre questões importantes a dois subalternos. Eram homens altos, de pele clara, que ouviam tudo em postura de reverência no trato.
Tão logo se aproximou, Tatá se põe diante dele. Sr. Benito a reconhece.
Antes do expressar alguma palavra, Tatá começa o apelo: “ Sai disso vô, vamos embora! Sai dessa guerra!”
O avô, quando queria interromper algum assunto que não lhe interessava, tinha um modo de agir, abanava a mão direita na altura da cabeça, e saía do local onde estava discutindo.
Foi o que fez, olhou para Tatá, abanou a mão direita, na altura da cabeça, e saiu, sinalizando que não tinha interesse em sair da guerra a qual estava envolvido.
Tatá deu passagem para o avô passar com os que o acompanhava, que seguiu subindo uma escadaria logo a frente.
Tatá não se retirou, escondeu novamente atrás da coluna que iniciou a espreita no sonho, quis observar o que o avô faria.
Após Benito subir as escadarias com os dois soldados, conversou mais um pouco, partindo em retirada os que o acompanhava.
Vô Benito entrou no salão, logo após, saiu na parte externa, olhou para baixo e para cima, seguindo apressadamente rua afora, até não poder ser visto mais.
Tatá foi ejetada novamente do local. Acordando na manhã de uma quinta feira.