Tatá na Jaguaribe 25
Tatá tentou consolá-lo, dizendo que era para buscar a paz, por mais difícil que pudesse parecer. Deus poderia tirá-lo dali, curado. Era preciso ter fé, amor na vida ele tinha de sobra.
Tatá não havia juntado as peças na mente do porquê tinha sugerido ao avô que repetisse aquelas palavras sagradas, não lhe “caiu a ficha” até aquele momento que indiretamente estava tentando auxiliá-lo a buscar refúgio em Deus não somente para aquele momento, mas buscava pela intuição, acalmar o coração do avô, situá-lo na fé, no estado de consciência puro e desapegado para a entrega do seu espírito a Deus, que se realizaria nos próximos dias.
Deixou-o alguns instantes em silêncio, afastou a cadeira de rodas um pouco distante da cabeceira, para que o avô pudesse descansar. A conversa com os médicos foi densa. Estava extremamente triste; quando não queria conversar, Sr. Benito tinha um código, fechava os olhos e encostava a cabeça no encosto do sofá, ou do lugar onde estava sentado. Foi o que fez.
Instante depois entrou no quarto um casal de amigos do Sr. Benito, aqueles pelas quais tinha ido dias antes até a casa, comendo a comida preparada do seu gosto. Ficou muito feliz com a chegada dos amigos, nem parecia que tinha recebido a notícia fatídica.
Conversou muito, sempre desconsolado do porquê não poder ir embora para casa. Perguntou os últimos acontecimentos dos trabalhos que ocorreram no Templo, dos companheiros que estavam atuando no seu lugar nas cidades. Ouvia tudo com muito entusiasmo, vontade de voltar para aquela realidade.
Antes de se retirarem, muito tristes, Sr. Benito chamou as visitas para cantarem um cântico de louvor a Deus, era seu costume diário na internação, para, após, realizarem uma oração.
Foi o avô que escolheu o Hino, o mesmo pedido por ele nos outros dias, até o último dia consciente. Nele, por ele, demonstrou depuramento, sua conversão em Deus por Cristo Jesus. A entrega.