Tatá na Jaguaribe 23
O estado interno de Tatá depois do acordar, era como ter chegado de uma viagem. A frase dita aos velhinhos foi rememorada automaticamente durante todo o dia.
Recordou que retornaria ao Hospital no período da tarde. Teria que chegar antes da visita ao quarto pela equipe médica, aquela que atendeu a família na reunião do dia anterior.
Foi tranquila a autorização para a entrada do veículo no Hospital, para deixar Tatá em lugar acessível, próximo a portaria. Diferente de quando frequentou o Hospital Regional nas últimas internações do avô.
Sobretudo, no início da manhã, o humor quis oscilar para a tristeza, lembrar do esforço desmedido que estaria exposta sua capacidade de força para o percurso com a cadeira de rodas até o Hospital, a ida com veículo de aplicativo, e toda burocracia para acesso até o quarto, sobrecarregava o ânimo de Tatá.
Estar na cadeira de rodas, cada dia que passava, além das intempéries que Tatá estava exposta na vida na Terra, como todo mortal, tinha algo a mais a aprender com a limitação física; paciência, resiliência, resiliência.
Quando queria desesperar, sufocar o emocional com o cansaço e a fadiga nos músculos e nervos, desafiando-a desacreditar na possibilidade de vencer na sobrevivência, logo reconsiderava.. Pensava: Se para adquirir divisas em qualquer organização, demanda o domínio da inteligência emocional, determinação e esforço, porque não encaro esta vida como um desafio que a Fonte Suprema propôs para minha Alma, para polir e experimentar a expansão das minhas faculdades espirituais, emocionais, e mentais ? Cujo objetivo é o aprendizado?
Relembrava o adágio deixado para os Cristão nos primeiros séculos depois da Ressurreição de Cristo: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.
O Sol da esperança despontava, luz sem cor sinalizava em seu interior na promessa de que raiaria num novo amanhã, como nunca fora.
Tatá olhava para frente. Seguia.