"Ai chão da minha infância"
Ali sentado na velha cadeira de balanço, o homem divagava e, às vezes cochilava, sempre focado no seu apego sua terra, independente de suas broncas e decepções e até certas revoltas com alguns acontecimentos na terrinha. Era a sua patriazinha, seu lar, seu chão querido, igual a Miraí cantada por Ataulfo Alves no seu samba antológico. Nessas divagações quando era acometido pelo cascatear de lembranças, sempre declamava baixinho um soneto de um grande poeta da terra, Luiz Cristovão dos Santos que cantou:
"Ai chão da minha infância iluminada/No sol vivo do agreste e do sertão!/ Hoje, nem sei se é paraíso ou chão/ Aonde tenho a minha alma enraizada!// Tocadas de mistério e magia/ Quixabeiras em flor, nesta paisagem!/ O riacho desliza e na sua viagem/ Desfaz e espuma a sua nostalgia!// Se recuo no tempo da lembrança/ A primeira que chega, sem tardança,/ É a voz da minha mãe me acalentando!//Ai terra que teceste o meu destino/ Pois homem feito, volto a ser menino/ Te querendo, te amando, te lembrando".
Adormeceu e sonhou com sua patriazinha. Inté.