SOU ADORADO COMO UM DEUS.

NINGUÉM VIVE SEM MIM, SOU O MAIS ADORADO DO MUNDO.

Por Honorato Ribeiro.

Eu desde jovem sempre fui querido pelas jovens de minha idade e de menos idade que eu. Lembro-me que havia uma jovem de um coletor, ela era linda e tinha os olhos azuis e cabelos longos aloirados. Mas, quando me via, eu como um janota, vestido de calças de linho branco e camisa de linho, sapato preto de marca Tank, andando pelo jardim, ela me chamava e eu obedecia. Ela na janela de sua casa, aquela que era de Zeca Lima, na Praça da Igreja Matriz, e eu teria de lhe atender. Ela falava comigo sorridente e alegre que seus olhos brilhavam de alegria. Eu sentia o amor que ela tinha para comigo, mas, como sempre fui incontinente a ficar no meu lugar de pobre carpinteiro e padeiro, apenas dava-lhe o prazer de conversar com ela e outras de sua idade sem que me afetasse amor ou ser-me enamorado delas.

A minha orquestra sempre eu ia tocar em Caio Martins, hoje é a cidade de Juvenília. E eu tinha uma amiga desde minha infância e morava lá. Já era casada e eu também já era casado. Quando eu subia ao palco com a minha orquestra e tocando os boleros, sambas, choros e cantando, ela ficava ao pé do palco o tempo todo vibrando de alegria ao ver-me cantar. Não dançava um minuto sequer. Para ela, a alegria era ver-me cantando e tocando. Ela sumiu e nunca mais a vi, pois foi morar em Belo Horizonte. O destino é assim e a gente não sabe nada, é misterioso! Ela me apareceu, aqui, e foi aquela alegria e me trouxe um presente para mim: Um livro com o título: O PECADO DOS PADRES. Um livro de um jornalista que acompanhou de perto este grande escândalo e que as TVs anunciaram. Li o livro muito bom. Depois de alguns meses ela veio aqui e me trouxe dois livros: PRIMEIRO E ÚNICO do autor: Emily Giffin e o outro do autor Fiona Barton com o título: A VIÚVA, que já estou lendo. Muito bom o romance. Mas o que eu quero dizer nesta minha narração é que, sempre sento à minha porta e leio o livro. Passam muita gente para lá e para cá bem perto de mim e não me dão um bom dia ou boa tarde, pois o celular ao ouvido não têm o calor humano, mas bem distante passam distraídos e no outro mundo da comunicação sem comunicação de quem está perto. A civilidade e o costume que vêm sempre com uma boa educação do lar desapareceram. Até na hora da celebração eucarística, o mais adorado chama e a pessoa levanta e sai da igreja e o papo rola à beça. Quando volta, já foi lido o evangelho e a homilia do presbítero já findou e a consagração do pão e do vinho também. Em assim sendo, não tenho a me queixar, pois o tempo é da comunicação do celular à distância e o próximo deixará de ser próximo da pessoa e eu continuo lendo o meu livro, o meu maior amigo e companheiro que me dá alívio das minhas dores tão doidas, que queima sem arder e a maior chama do fogo pra queimar, mas o amor queima e nem sente dor. Sinto-me perdido aqui, pois cada um tem o seu celular e ele toca fortemente e vão atender. Como eu não uso o celular, que para mim faz-me fantoche, fico a lamentar e me alegro aqui nas teclas do computador e ora lendo os meus livros que me acalentam e me fazem feliz. Eles são os meus melhores amigos e o mais lido no mundo e por mim a Bíblia e por isto me tornei um teólogo.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 19/08/2019
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