UM POUCO DE JAPÃO - PARTE V - FINAL
ARTE - PLÁSTICA, CONSTRUÇÕES E ESCULTURAS - Também variações, tanto quanto à longa tradição. Japão, país sempre conhecido por suas belas artes plásticas, sendo os mais antigos objetos são figuras de barro produzidas na Idade das Pedras e esculturas de pedra de época mais recente - ainda pequenas estátuas de argila, a "Haniwa", encontrada nos antigos túmulos, tais peças já revelando uma técnica mais aperfeiçoada, hoje resguardadas como excelente exemplares de arte primitiva. ----- A introdução do budismo em 538 fez surgir um período de arte florescente, auge na época de ASUKA (552/646), artes estimuladas sob generosa proteção imperial, sendo então construídos numerosos templos budistas, de que o mais famoso é o de Horyuji, perto de Nara, um dos mais representativos desse tipo de construção, o mais antigo edifício de madeira existente no mundo - também budismo nas esculturas da época, expressão característica nas linhas solenes, sublimes e idealistas. / No período de HAKUKO (646/724), forte influência da China e da Índia - simplicidade de forma e rigidez da expressão das esculturas do período anterior substituídas por graça e vigor. / Período de TEMPYO (724/794), idade do ouro do budismo e esculturas, algumas vistas ainda hoje nos arredores de Nara, maior realismo combinado a uma rara serenidade. / Período de JOGAN (794/894), volta do estilo de expressão idealista, sob a influência das pregações budistas de MIKKYO, com elementos profundamente místicos, esculturas na forma e na expressão. / Este período marcou os primeiros anos do período HEIAN, continuado até 1192 quando a família FUJIWARA desfrutou de prosperidade, esculturas caracterizadas por formas elegantes e belas, muitas vez com prejuízo da força de expressão. / A esse tempo, cessados os contatos com a China, momento de produção evoluída, novo estilo da arte japonesa, outra delicada e primorosa forma de gosto artístico - o mais belo exemplo de harmonia de tom da arquitetura de HEIAN é o "Ho-o-dô" (salão da Fênix), do monastério de Byodin, próximo a Quioto. / Nesse perído, pela primeira vez a pintura desenvolveu papel importante, pinturas conhecidas sob o nome de YAMATO-E e a arte de EMAKIMONO, os rolos ilustrados. / Austeridade do regime das classes guerreiras (ih, sempre eles!) e da seita budista de Zen refletidas nas obras do período seguinte de KAMAKURA (1192/1338), escultura extremamente realista no estilo e rigorosa na expressão, Zen na pureza e simplicidade na arquitetura da época (vistos na arquitetura contemporânea), ainda rolos ilustrados e pintura retratista. / Período MUROMACHI (1338/1573), SUMIÉ em estilo delicado de desenho a pincel, tinta negra, escola de pintura que se originou da seita budista Zen que estava familiarizada com arte da dinastia chinesa Ming. / Período MOMOYAMA (1573/1615), transição, grande sofisticação artística, realce nas cores brilhantes e traçados grandiosos, produção dos primeiros biombos, castelos e templos decorados com primorosas gravações de madeira e surgimento das máscaras do teatro Noh. / Período TOKUGAWA (1615/1867), gênero da pintura "Ukiyoê" ou estampa, a mais famosa expressão artística da época, chegando a influenciar a arte europeia (grande progresso japonês!) no fim do século XIX; escultura abandonada, artesanato em importante desenvolvimento. Menção especial deve ser feita ao Palácio de Katsura, em Kyoto, início deste período, célebre pela harmonia magnífica e a rara simplicidade, jardim considerado um dos mais finos exemplos de jardim paisagístico japonês. ----- Ao fim do século XIX e já século XX, coexistência das formas ocidentais e dos estilos japoneses, algumas vezes misturadas, assimilação em novo vigor. ----- A pintura e o desenho ocupam geralmente os momentos de ócio dos japoneses: recreação e exposições o ano inteiro nas grandes cidades. Após a II GM, intercâmbio internacional muito ativo, pinturas, esculturas e objetos de arte japonesa exibidos no exterior e vice-versa. Amor pela arte e pela natureza refletido inclusive na vida cotidiana, nos arranjos florais e na cerimônia do chá.
MÚSICA - Posição decisiva no terreno da música. Em 1961, primeiro Encontro Musical do Oriente e do Ocidente, em Tóquio, assembleia de talentos musicais, acontecimento com grande fama mundial, artistas vindos de todas as partes do mundo. ----- As obras orquestrais do ocidente fazem parte da vida musical japonesa, como é sua tradicional "shamisen", instrumento musical de três cordas, e o "koto", flauta de madeira; jazz moderno, tão popular quanto as músicas tradicionais do Japão antigo. ----- Diversas correntes na música tradicional japonesa; 1---uma das mais antigas formas musicais ainda conservada, o "Gagaku", ouvida na Corte Imperial e alguns templos xintoístas, originária da dinastia Tang, chinesa, século VII - música extremamente típica e estilizada que evoca os rituais dos tempos remotos, apresentada ao público somente em ocasiões especiais japonesas, também realizados em 1959 em Nova York e outras cidades dos States; 2---interpretações pelo "shamisen", grande repertório, sobretudo para acompanhar as peças teatrais de Kabuki, os dramas de marionetes de Bunraku e dos bailados clássicos, ainda hoje no seio do povo. ----- Na segunda metade do século XIX, música ocidental desenvolvida paralelamente à música japonesa. Desde 1870, música incorporada no programa de ensino primário. Todas as formas da música ocidental são executadas´compostas-apreciadas no Japão, havendo três orquestras sinfônicas permanentes em Tóquio e outros conjuntos em diversos distritos de Kansai; três conservatórios na capital preparam jovens músicos e cantores; igualmente existem academias de balé clássico - representações artísticas em geral compreende de BACH até os mais modernos compositores experimentais. Jovens japoneses que estudam música e dança no estrangeiro, se exibem no Japão e também o contrário. A lista completa de habilidosos estrangeiros compreende o Ballet de New York, de Bolshoi e o Ballet Royal, assim como as orquestras filarmônicas de Viena, de Leningrado e a de New York, e célebres cantores de ópera - Festival de Osaka em cada primavera.
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FONTE:
Revista oficial da Embaixada do Japão, final da primeira metade da década de 60, sem data específica.
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