Grito mudo.
Sentada no jardim, com dois livros e um dicionário no colo, sinto uma necessidade: arrancar de mim palavras para descrever o que acabara de sentir. Contar que, apreciar de tal forma o verde ao meu redor foi tão emocionante como sentir a existência.
Atraída apenas pelo que cresce e morre, incorporei com poesia tudo aquilo que passava meus olhos e abracei o peito.
Nisso a felicidade foi pura, me fez sorrir involuntariamente e lacrimejar os olhos de gratidão. Creio que tenha sido um lance raríssimo.
Agora sei que aprendi a apreciar coisas, pequenas como uma generosa flor ou grandes como a vida e o tempo, que passara tão ligeiro... Preciso produzir.