ROUPA ÍNTIMA
Também chamada "roupa de baixo". Ganhei folhetos num shopping, publicidade da loja "A mulher não desnuda", fiz mais pesquisas, por vezes controversas ou espantosas, e fiquei sabendo que:
--- as primeiras CALCINHAS (chamadas 'cuecas femininas em Portugal) chegavam aos joelhos ou tornozelos, França, até volta de 1800, diminuindo de tamanho no pós-guerra de 1918 e também recebendo contornos mais femininos em 1930, maior sensualidade na época de 70; --- ESPARTILHO ou CORSOLETE - como precedente, desenhos da mulher cretense (grega), aproximadamente em 2.000 a. C. - muitos séculos depois, tecido de algodão, barbatanas metálicas e amarração nas costas, peça que alterava em impacto dramático a aparência dos corpos, reduzia a cintura e simultaneamente recomendado para melhorar a postura, mantendo o corpo ereto, sufocante usado desde a Idade Média, popular no século XVI e auge na era vitoriana; desuso em 1901, com a invenção do SUTIÃ - hoje, espartilho é fetiche sexual; em 1906, PAUL POIRET, estilista parisiense, defendeu a beleza do corpo natural, libertou a mulher dos espartilhos e criou vestidos soltos e chemisiers - citação de desmaios nas personagens femininas do Romantismo; --- SUTIÃ - inventado em 1901, mais usado então pela classe alta no início do século XX, cetim a partir de 1910 - símbolo moderno de protestos feministas em praça pública contra a opressão masculina em diversos setores - aqui não se queimou sutiã: em setembro/1968, enquanto nos States cerca de 400 mulheres ameaçavam queimá-los do lado de fora do Atlantic City Convention Hall, em New Jersey, no Brasil elas faziam passeatas contra a ditadura, o que retardou um pouco as lutas feministas aqui, * "movimentos caracterizados bem mais de esquerda como nos outros países"; --- CINTA-LIGA - peça-chave da lingerie sensual /outro fetiche/ que segurava as compridas meias de nylon, sucesso na década de 40: corpete rendado, excitante na cor preta (idem vermelho), ou apenas da cintura para baixo, com presilhas de borracha; --- CUECA - existe desde o tempo das cavernas (dinossauros - cirurgiões ou comilões?) para proteger o "patrimônio" masculino; grande proteção contra as armaduras de metal no século XII, Idade Média; até o início do século XX, peça única, ou seja, um macacão justinho feito de malha flexível, no geral quente e desconfortável, ou a CEROULA, somente a parte inferior da peça comprida; nos anos 30, as primeiras cuecas americanas tipo 'slip' (sunga elástica escorregadia) que demoraram ainda muito tempo a se impor; nos anos 80, cuecas tipo short, algodão branco, abertas na frente com braguilha, chamadas CEROULINHA ou "SAMBA-CANÇÃO"; sucesso atual das SUNGUINHAS; por enquanto, FIO DENTAL em países mais progressistas da Europa. // Dias de hoje, materiais orgânicos: supermicrofibra de bambu na confecção das tais peças íntimas, femininas e masculinas, forro sempre em algodão.
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HQ - LIBERTY MEADOWS, de Frank Cho - "Biquinis", 4 quadrinhos - Loura, sutiã vermelho, mini calcinha idem: "Brandy,o que você acha desta roupa para o piquenique de amanhã no lago?" Morena: "Totalmente inadequada, Jen! Ela mostra de forma demasiada a sua pele! Seus seios estão de fora! Os indivíduos no lago não tirarão os olhos!" Loura: "Sério?" Morena: "Sério!" Loura: "Ótimo! Vou querer esta!" // ZÉ DO BONÉ, de Reg Smithe, criação de 1957, 4 quadrinhos - Feminista enchapelada, traje de rua: "Estamos formando um grupo de libertação feminina e gostaríamos que fosse à reunião hoje à noite." Coitada submissa, de avental: "Gostaria muito, mas esta noite não é a minha folga... Espere eu pedir ao meu marido para ir..." A primeira, saindo decepcionada: "Esqueça! (graficamente, ponto de interrogação sobre a cabeça da bobinha). É um caso perdido!"
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* PROCUREM conhecer os livros "O pensamento feminista brasileiro" e "Pensamento feminista" (editora Bazar do Tempo), da escritora HELOÍSA BUARQUE DE HOLLANDA.
NOTA DO AUTOR:
Livro LA MUJER DESNUDA, sem indicação de autor - texto original serviu de fonte para filme argentino homônimo, roteiro de ARIEL CORTAZZO, 1955.
FONTES (parciais):
"A lingerie e a sua história" --- "Aqui não se queimou sutiã, mas..." - Rio, jornal O GLOBO, 9/4/16 e 24/3/19.
F I M