Beladona - BVIW
Os RESPINGOS de mostarda na parede denunciavam a farra alimentar. A cozinha por horas virou PALCO de atos infantis. Sarita era desprovida de economias e alijada da alfabetização, sua maior RIQUEZA era um dente de ouro. Casou-se com benzinho, um jeca, que criava porcos e só pensava em comida. Ele tinha uma porquinha estimada, beladona. Pense, numa porca folgada, malcriada e cheia de vontades! Era a rainha do pedaço, ganhava até de Sarita. Quando benzinho ia comer, ela o acompanhava, e os dois eram servidos. Benzinho não comia macarrão sem mostarda, a porca, também não. Mas Sarita era repreendida, toda vez, que pegava um pouco, a única coisa que ganhava, era um elogio, por sua PRENDA na cozinha. Cansada dos absurdos e destempero do marido, resolveu confrontá-lo: - A partir de hoje, benzinho, você vai escolher entre beladona e sua esposa. Não aguento mais! E beladona parecendo entender, fez: - Oinc, oinc. Como se não gostasse do rumo da conversa. E o marido, insensível, murmurou: - Tá vendo o que você fez? Magoou beladona. Nesse instante, Sarita sem se importar com os eles, começou a arremessar os cacarecos, os mantimentos, e quando ela pegou a panela da comida, ele gritou: - A mostarda, não!