CONFUSÃO NA PADARIA

Certo dia, os moradores das imediações foram surpreendidos ao saírem para comprar o café da manhã na padaria local. Quem se aproximava do estabelecimento presenciava uma aglomeração de pessoas em frente à porta, podendo ver também uma viatura estacionada. A “Panificadora Sonho Meu” costumava ter muito movimento, sendo reconhecida pelos seus deliciosos sonhos e pães com creme.

Um cliente recém-chegado, curioso, indagou a outro que ali já estava:

— O que houve?

— A vigilância sanitária apareceu aí cedinho e “pegô” um monte de alimento’ sem data de fabricação e validade… algumas coisas vencidas…

— Vixi! E a viatura? Tá aí por quê?

— Esperando o dono! Vão levar ele pra delegacia!

— Nossa!

A pequena multidão se alvoroçava. Pessoas conversando sobre o caso, contando-o aos que chegavam. Parte do povo se indignava com o Jurandir, dono da padaria, e a possibilidade de, por sua causa, terem consumido produtos impróprios, até mesmo perigosos para a saúde. Outra parcela estava “P da vida” com as autoridades. Estes só queriam comprar seus pãezinhos. “Por que foram fazer esse ‘auê’ todo logo pela manhã? Deixassem essa operação pro horário do almoço ou pro início da tarde!”, pensavam.

Eis que, de repente, o proprietário deu as caras. Sem resistir, entrou na viatura. Enquanto isso, mercadorias apreendidas eram levadas. Como resposta à cena, ouviu-se uma voz exaltada gritar:

— Vocês podem prender o Jurandir, mas não podem aprisionar nossos sonhos!!!

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Junho de 2019.