Certa feita, uma jovem que não tinha muita sorte no amor resolveu usar os recursos advindos da tecnologia para questionar ao santo casamenteiro o por quê de não ter encontrado o seu par perfeito.
Na hora e dia da audiência estava Santo Antônio com suas vestes escuras, uma criança nos braços e com alguns pães, com os quais andava de um lado para o outro. Antes mesmo de cumprimentá-lo soltou ela: mas o senhor não é o casamenteiro?
O santo respondeu:
- É, na verdade eu sou o protetor da fartura, do alimento do corpo e como os boatos correram rápido demais, acabaram me presenteando também com o alimento da alma.
- Então o senhor não é o santo casamenteiro?
- É, sou. Mas não foi uma escolha, foi aclamação.
- E esta criança? Aqui na terra dizem que o senhor é pai solteiro? Desculpa a intromissão, mas...
- É, na terra as pessoas adoram criar uma história e o pior aumentam pontos em cada conto... Mas, o que te fez vir até aqui?
- É que queria tirar umas dúvidas sobre o que tenho feito aqui na terra para arrumar um pretendente, mas ando sem sorte.
- Diga minha filha, sou todo ouvidos...
- É que já te coloquei de cabeça pra baixo, já te amarrei no pé da mesa, já mergulhei sua cabeça num vaso com água , já comi coração de banana e já te joguei da janela, e nada...
- Oh minha filha, é que a lei da sobrevivência nos faz aprender algumas coisas. Sobre colocar de cabeça pra baixo, depois de perder a razão por tantas vezes, aprendi a plantar bananeira; sobre ser amarrado ao pé da mesa, depois de me especializar em yoga, não mais entro em pânico; sobre colocar a cabeça na água, aprendi a mergulhar e ficar submerso por horas; sobre o coração da banana, duro demais, acabei excluindo-o dos instrumentos; e por fim, depois de me esfolar tanto, fiz curso de queda livre. Terminou o padroeiro fazendo uma dancinha da vitória, uma espécie de “sarrada santa”.
- E o que faço então pra conseguir me casar?
- Dá uma chance pra Rita, ela cuida do impossível ou Expedito, se for urgente; ou ainda José Operário, se der trabalho.
- Já entendi porque anda fora de moda... Santo casamenteiro, ok! E o que vai fazer?
- Aposentadoria compulsória. Aproveitar para visitar os amigos, dá um auxílio para os mais idosos junto com Bento, correr atrás de crianças pra ajudar o Cosme e o Damião, pular fogueiras no aniversário do João e dançar quadrilha com o Pedro. Uma esticadinha e já visitaria a prima Iemanjá no litoral. Tenho bastante planos.
- Cada uma...
E a conexão caiu.
Na hora e dia da audiência estava Santo Antônio com suas vestes escuras, uma criança nos braços e com alguns pães, com os quais andava de um lado para o outro. Antes mesmo de cumprimentá-lo soltou ela: mas o senhor não é o casamenteiro?
O santo respondeu:
- É, na verdade eu sou o protetor da fartura, do alimento do corpo e como os boatos correram rápido demais, acabaram me presenteando também com o alimento da alma.
- Então o senhor não é o santo casamenteiro?
- É, sou. Mas não foi uma escolha, foi aclamação.
- E esta criança? Aqui na terra dizem que o senhor é pai solteiro? Desculpa a intromissão, mas...
- É, na terra as pessoas adoram criar uma história e o pior aumentam pontos em cada conto... Mas, o que te fez vir até aqui?
- É que queria tirar umas dúvidas sobre o que tenho feito aqui na terra para arrumar um pretendente, mas ando sem sorte.
- Diga minha filha, sou todo ouvidos...
- É que já te coloquei de cabeça pra baixo, já te amarrei no pé da mesa, já mergulhei sua cabeça num vaso com água , já comi coração de banana e já te joguei da janela, e nada...
- Oh minha filha, é que a lei da sobrevivência nos faz aprender algumas coisas. Sobre colocar de cabeça pra baixo, depois de perder a razão por tantas vezes, aprendi a plantar bananeira; sobre ser amarrado ao pé da mesa, depois de me especializar em yoga, não mais entro em pânico; sobre colocar a cabeça na água, aprendi a mergulhar e ficar submerso por horas; sobre o coração da banana, duro demais, acabei excluindo-o dos instrumentos; e por fim, depois de me esfolar tanto, fiz curso de queda livre. Terminou o padroeiro fazendo uma dancinha da vitória, uma espécie de “sarrada santa”.
- E o que faço então pra conseguir me casar?
- Dá uma chance pra Rita, ela cuida do impossível ou Expedito, se for urgente; ou ainda José Operário, se der trabalho.
- Já entendi porque anda fora de moda... Santo casamenteiro, ok! E o que vai fazer?
- Aposentadoria compulsória. Aproveitar para visitar os amigos, dá um auxílio para os mais idosos junto com Bento, correr atrás de crianças pra ajudar o Cosme e o Damião, pular fogueiras no aniversário do João e dançar quadrilha com o Pedro. Uma esticadinha e já visitaria a prima Iemanjá no litoral. Tenho bastante planos.
- Cada uma...
E a conexão caiu.