Sempre quis ser alguém diferente

Eu sou tudo o que eu não fui e tudo que não deveria ser. Sempre quis ser alguém diferente, mas nunca deixei de ser aquilo que era, pois, o que eu sou, ainda é quem eu não queria ser.

Um dia disse-me um senhor:

- Você não deve ser assim

- Se eu não devo ser assim, quem eu deveria ser afinal? – Respondi pensativo.

Eu nasci de minha própria existência mental, como qualquer outro ser. Me criei a partir de minhas memorias que são criadas e recriadas a cada viver, mas quem me dera mudar o passado. Ao lápis, borracha e papel. Eu escreveria a mais diferente história de minha vida, manteria apenas as visíveis memorias em minha mente... as piores. E como uma criança ao começar de um aprendizado, viveria, e apenas isso.

Se fosse eu aquele que redesenhei na minha infância, hoje seria um completo feliz a deslumbrar de meus venceres. Mas tornei a desenhar-me tarde demais, e agora cantam sobre os meus ouvidos, inadequadas canções de ninar, ao qual carregam junto a elas, o mais pesar desalento que eu poderia carregar sobre as costas.

Perdido em meio a tantas respostas, estou a caçar a melhor... procuro-a desde que tento me entender e chego a pensar, que jamais a encontrarei. Agora, sentado sobre o meu trono de mentiras, perdido estou, apenas um monte de mentiras me rodeia. E não posso reclamar de minha segurança, tenho um anjo habitado em mim, um anjo caído.

Estamos todos caminhando, em direção a um mesmo destino que nos aguarda ansiosamente, e quando chegarmos lá, enfim haverá, ou não... a libertação.

Dmitry Adramalech
Enviado por Dmitry Adramalech em 08/06/2019
Reeditado em 08/06/2019
Código do texto: T6667692
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