BARDO BRITÂNICO OU UNIVERSAL?
1---Durante pesquisas para uma adaptação, EDUARDO RIECHE (ator, dramaturgo, produtor) leu dois contos italianos (evidentemente anteriores a WILLIAM, que dizem curiosamente nunca ter ido à Itália...), também do século XVI, origem da famosa estória shakesperiana - diferença fundamental é que nos contos o romance de R & J não teria durado poucos dias, mas meses... ----- "A história de amor de Romeu e Julieta", saga sob a forma de literatura de cordel, imitação brasileira de MATTEO BANDELLO (1485/1581 - poeta e bispo italiano, proscrito por trocar a ordem por política e militarismo), é obra de ARIANO SUASSUNA, 1996, uma das muitas versões do desencontro trágico de dois namorados.
2---ROMEU E JULIETA: petrarquismo representado por Rosalina - antropocentrismo e individualismo representado pelos namorados - libertação da tradição, por Frei Lourenço - carpe diem, por Ama e Mercucio - contradição à mentalidade medieval.
3---Resposta de uma menina inglesa (observem!!!) sobre conhecer SHAKESPEARE e quais as peças favoritas: "Duas. Uma é Romeu; a outra, Julieta." ----- Bom, estória universal de grande força dramática que poderia acontecer em qualquer lugar do mundo. Nem invenção nem adaptação de longo poema inglês (este, baseado num texto francês) e sim adaptação de um conto italiano de LUIGI DA PORTO (1485/1529, escritor e historiador italiano), por sua vez inspirado em textos anteriores... Como dizia o filósofo CHACRINHA, "nada se cria, tudo se copia". Sobrenome dela mudado de Capeletti /nome de certa macarronada típica do país.../ para Capuleto. ----- Os três primeiros textos em comédia romântica, no fundo a guerra pelo poder entre as famílias de Verona, falas dos asseclas (partidários e correligionários) mais parecendo filme do TARANTINO (cineasta-roteirista-produtor-ator americano), mistura irônica de humor e violência. ----- Porém, depois... trunfo maior do literato nas muitas palavras doces de amor (pesquise, caro leitor): ROMEU no balcão de JULIETA... / Casaram em segredo e foram felizes por três dias, um pouquinho de eternidade.
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FONTE:
Um velho caderno universitário --- "Porque hoje é domingo - Histórias de amor", Geraldo Carneiro - Rio, revista ELA, 17/9/17.
F I M