Bar
Como de costume o bar estava mal iluminado, a pouca luz deixava visível a expressão dos clientes derrotados, desiludidos e traídos, nem mesmo o Barman escapava daquela triste realidade.
O ranger das dobradiças atraiu a atenção dos clientes para a porta, olhares sem vida observavam, uma pessoa, era outro cliente, mas esse era diferente, a expressão em seu rosto estava uma mistura de felicidade e desolação, ele se senta na mesa mais ao fundo e escura do bar, se não fosse pela pouca luz que saía da tela de seu celular ninguém saberia que ele estava alí. “Um copo de whisky. Dose tripla.” Aquele foi o primeiro de muitos, a pouca felicidade em seu rosto se exauriu, agora ele era como os outros clientes.
O bar não tinha música, nem vozes, ninguém queria falar, ninguém precisava falar, eles estavam alí por um motivo, esquecer que existem.
Um dos clientes se levanta abruptamente, aquilo foi estranho ninguém se levantava tão rápido. Curiosamente ele estava feliz, com um semblante de vitória. Pede uma água tônica e paga a sua conta e vai em direção a porta, as dobradiças não rangeram. A porta range novamente… Outra pessoa, outro cliente.