O homem das flores - Capítulo 6.
Uma grande e assustadora nuvem de fumaça negra podia ser visto a quilômetros de distância. A fazenda estava vazia. Toda família havia saído para fazer as compras do mês, ao ver a nuvem, um dos filhos de Tadeu Ravanelli disparou:
- É na nossa fazenda! Pisa no acelerador pai.
Já era noite. A lua cheia iluminava o céu e as estrelas davam a escuridão uma decoração bastante bonita. Um barulho e alguns segundos de silêncio dentro do caminhão. Na boleia estava, ao volante, Tadeu, e ao lado dele o pai de Léo e o menino.
- Droga! Mil vezes, droga! – Tadeu socou o volante, o pneu tinha furado. O pneu foi trocado e eles saíram a toda velocidade. Ao chegar ao portão de entrada da fazenda, o que se viu foi assustador e ao mesmo tempo surpreendente. A casa estava intacta sem nenhum vestígio de fogo. O que queimava eram as flores, as rosas vermelhas eram as mais atingidas.
Tadeu saltou do caminhão e saiu correndo, o restante da família fez o mesmo. A cena vista era a mais terrível de todas. Altas labaredas varriam toda a produção, nada havia sobrado, a não ser uma solitária rosa vermelha, a mesma flor que anos antes Tadeu tentava cura-la.
No meio de tamanha destruição aquela rosa continuava ali em pé, escondida em um cantinho, coincidentemente ao lado do local aonde Carmelita fora encontrada morta. Tadeu se ajoelhou desesperado diante de tanta destruição. Os anos de trabalho duro foram consumidos pelo fogo. Estava tudo acabado.