A bela jóia ardil
Um homem vivia em um palácio no deserto da antiga Pérsia, com muitos moradores, de diversos víveres.
Este homem possuía uma jóia, que era aos olhos dele a mais bela entre as jóia daquele pequeno castelo. Essa joia tinha uma luz que brilhava internamente...
Um dia porém, a jóia, que tinha vida própria, sem aviso, sem razão, resolveu rachar-se, arranhar-se, encher-se de sujeira, perdendo a beleza de outrora, muito embora, a sua luz, talvez não tão brilhante como antes, ainda brilhava!
O homem teve seus olhos chocados no momento em que foi admirá-lá. Mesmo decepcionado ao extremo, forçado a conviver com as jóias em estado irrepreensível de seus semelhantes e, a lutar contra a vontade de sair em busca de uma jóia que ao menos se assemelhasse à beleza que sua jóia tinha, no entanto, escolheu, ainda que não mais admirasse aquela jóia por sua beleza, permanecer com ela...
Ele buscou jogar na escuridão a lembrança que tanto seu coração trazia do passado e forçou seus olhos a estreitarem-se em foco para a luz que brilhava dentro daquela joia em sua caixa de ouro!
Assim permaneceu, sofrendo e amando, pelos seus dias quando, enfim, alguns anos antes de sua morte, está jóia, que tinha vida própria, mostrou-se traiçoeira retomando aos poucos sua beleza aos toques de um viajante de longe que havia se perdido no deserto!
A jóia, embora houvesse recuperado sua beleza, não por quem a amava, mas por um estranho, um ardil do destino, não brilhava às vista do agora velho homem...
Quando o viajante partiu, a jóia emitiu um pensamento desejando ir com ele, mas o mesmo a negou por sua crueldade com aquele homem do castelo!
O homem morreu pouco depois da partida do viajante, a jóia fora jogada nas areias do deserto e esquecida para sempre como bela e brilhante, apenas lembrada como o ser cruel e ardiloso que traiu quem mais a amou, com tortura, solidão, desleixo e desprezo!
Aquela tão bela, brilhante e viva jóia virara um conto de tristeza e aviso no deserto!