PIONEIRO (um deles...) ESQUECIDO

LÚCIO Eugênio de Meneses e Vasconcelos Druumond Furtado DE MENDONÇA (1854 / 1909), nomãozão, hein? Advogado, jornalista, magistrado e escritor, fases de Romantismo/Realismo, chamado "Pai da /famosa/ ABL" porque a idealizou, um dos fundadores da Academia Brasileira da Letras. "Imortal", os eleitos se dizem, tudo bem... mas imortal esquecido?! (Consta que aprendeu a ler sozinho, sem professores.) Primeiro ocupante da cadeira 11, patrono o poeta FAGUNDES VARELA, hoje 'herdada' por IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO, recém eleito por unanimidade, que luxo, hein?

"Névoas matutinas", poesias, primeiro livro de Lúcio publicado em 1882 (18 aninhos, hein?), com prefácio de MACHADO DE ASSIS, este um primeiro valor, nunca esquecido ou banidinho, da internacionalíssima Literatura Brasileira - não bajulação fácil das reais qualidades da obra; infelizmente, um 'apagão', seu nome apenas eternizado nos anais dos primeiros tempos da academia. No total, 12 obras publicadas, incluindo trabalhos jurídicos e auto publicidade republicana.

Destaque para um romance, único do autor, "O marido da adúltera", 1882 também - deixou incompleto um segundo romance. Era moda narrativa epistolar, com a estória do trio Laura - Luís Marcos e Otávio -, através de cartas escritas para o jornal "Colombo", cidade mineira de Campanha - a princípio, folhetim, ou seja, cada dia uma carta no jornal que ele mesmo editava........ ah, porque a partir de "Ana Karenina", do escritor russo LIEV TOLSTÓI, 1877, a traição conjugal (ou não?) virou moda... literária. De fato, no livro do brasileiro, "o marido é sempre mais ou menos o culpado" ('deu mole', na linguagem atual...), personagem traído e ainda punido com o suicídio, não livre da desonra - livro despercebido no lançamento, redescoberto em 1950 e em 2009, novamente esquecido.

Anos depois, NELSON RODRIGUES em título que virou expressão popular de corno conformado: "Perdoa-me por me traíres", peça tetral, 1957, estória de Glorinha, adolescente órfã reprimida pelo casal de tios, com quem vive.

E dentro do mesmo tema, será que realmente a CAPITU da rua Matacavalos traiu o perturbado e introvertido BENTINHO??? O ciúme enrustido é normal? (Não, a mulher da minha casa não tem... olhos de ressaca... mas eu cuido com cautela e carinho do que me pertence.)

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FONTE (parcial):

"A cadeira número 11", artigo de ARTUR XEXÉO - Rio, jornal O GLOBO, 17/3/19.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 24/03/2019
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