O Grande Jogo: a Luz da Verdadeira Sabedoria
Era uma vez dois homens: um deles vivia para sua igreja e seguia à risca todos seus preceitos e doutrinas, servia cegamente às palavras de seus pastores e escolheu nunca ousar questionamentos ou buscas que ultrapassassem as bases ideológicas de sua congregação, já que lhe fora pregado que aqueles que tentassem transpor essas bases e fossem além seriam castigados sem o merecimento à vida eterna com Deus; o outro homem, por muitos anos, após vagar por várias congregações e buscar conhecimento em algumas teorias filosófico religiosas, nunca se sentira completo e seus questionamentos nunca lhe bastaram. Muitos diziam a ele que ainda era tempo de se voltar à alguma congregação que pudesse lhe dirigir para que tornasse um homem de Deus e conseguisse o perdão para o merecimento à vida eterna com Ele, porém, esse homem ainda desejava, acima de tudo, saber quem era Deus, pois somente a palavra de outros homens nunca foi suficiente para saciar sua busca. E continuou a vagar o mundo, os livros, a história e a estória e seus inúmeros sonhos...
Os dois, cada um a seu modo e Fé, assim seguiram.
Até o tão esperado dia do “julgamento”, quando um Anjo branco, imenso e iluminado pôs-se de pé em frente aos dois. Dirigiu-se ao primeiro, o crente, e indagou:
- Aceita sua crença como única e verdadeira e renuncia ao mundo para que tenhas vida eterna?
- Sim! Aceito.
- Não desejas saber nem conhecer a face do verdadeiro Deus, mesmo que isso custe sua vida eterna?
- Não, Santo Anjo.
Então, o homem desapareceu. Ficou em seu lugar um monte de pó que foi soprado pelo Anjo.
O Anjo dirigiu-se ao outro homem:
- Ainda tens alguns minutos. Aceita a crença deste outro homem como única e verdadeira e renuncia ao mundo para que tenhas vida eterna?
- Não! Não aceito.
- Desejas, ainda, saber e conhecer a face do verdadeiro Deus, mesmo que isso custe sua vida eterna?
- Sim, Anjo!
Então, um grande clarão abriu-se no céu e outros inúmeros anjos vieram e estenderam suas mãos para o homem e este caminhou com eles até sumir no clarão.
Eis que bradou o primeiro Anjo:
- Assim, muitos testemunharam que o primeiro homem, agindo não por Amor a Deus, mas por temor à morte, acreditando apenas nas palavras de outros homens, recusou qualquer outro conhecimento que pudesse levá-lo à verdade Universal, tornando-se, então, apenas pó da sua própria ignorância e covardia; porém, o segundo homem, o qual nunca bastou-se de supostas verdades, mesmo diante da iminente morte, agindo por verdadeiro Amor e desejo de conhecer a Deus e à verdade Universal, acabou de encontrá-la e com ela a vida eterna.