GONÇALVES DIAS – Ainda no meio do mar
O grande comerciante português João Manuel Gonçalves Dias, pai do poeta maior do romantismo brasileiro – Antonio Gonçalves Dias fugiu com sua amante Vicência Ferreira, às pressas, grávida de nove meses, ainda sentindo dores, seguindo as margens do Rio Itapecuru à noite, passando pelas cercanias do bairro Ipem, Cemitério das Pedras, Sabiá, atravessou o riacho São José, trilhou pela Estrada Velha da Sambaíba, no 2º. Distrito de Caxias, onde fica a Fazenda Erasmo Shallkytton rumando pelo lugarejo Remansin, que ligava ao refúgio no sítio Boa Vista, na cidade de Aldeias Altas.
Numa viagem conflitante e distante das sangrentas batalhas, caiu por terra no dia 01 de agosto de 1823, proclamando a independência do Brasil em Caxias, a vitória e a liberdade, assim nascia o maior poeta indianista do Brasil, desprovido de qualquer assistência nas matas rodeadas de palmeiras de babaçu, num pequeno casebre coberta de palhas onde o sabiá cantava com euforia no dia 10 de agosto de 1823, cujo lugar nativo se encontra abandonado pelas autoridades públicas e governos com apenas uma placa – AQUI NASCEU O POETA GONÇALVES DIAS.
Tristonho, ainda permanece o escritor, que sem qualquer ajuda de custo, mantém no sítio de sua propriedade um pedaço da antiga Estrada por onde o poeta passou por várias vezes ainda pequeno, além dos bandeirantes que cruzaram pelas laterais da margem do Rio Itapecuru. É triste ainda manter naquele local um pedaço de estrada ou vestígio que nem mesmo o tempo apagou. Visto que terceiros sempre possuem a maldosa intenção de abrir estradas vicinais naquele trecho, e por tais motivos, o escritor mantém diálogos e às vezes, desentendimentos com terceiros que não sabem a importância daquele pedaço de terra que marca o tempo e o espaço de uma jornada. E desta forma, o escritor, apenas escreve sem nada poder fazer em benefício do notável conhecedor das letras, Gonçalves Dias, esquecido como sempre o foi, desde o nascimento, aniversário até a sua nefasta morte, na qual historiadores apenas relatam que no ano de 1862, Gonçalves Dias retornou à Europa para cuidar de sua saúde, e no mês de setembro de 1864, durante a grande viagem de volta ao Brasil no navio Ville de Boulogne, este naufragou na costa maranhense, salvaram-se todos, exceto o poeta que, por estar na cama em estado agonizante, foi esquecido em seu leito. Jamais concordei com alguns relatos históricos da vida do poeta que foi abandonado em seu camarote por estar bastante debilitado, magro com tuberculose crônica, além de outras doenças incuráveis.
No Ville de Boulogne quase todos os viajantes eram seus amigos e por estar acoimado, sem ajuda e sofrendo, sabia que o seu sonho era chegar em Caxias, apesar, que Caxias do Estado do Maranhão jamais lhe reconheceu como poeta naquelas épocas, não lhe outorgando as honoráveis homenagens que fazia jus, mesmo sabendo da vida literária e todos os atributos, não lhe renderam homenagens por restar na alma o traço marcante de negro. E pelas três visitas que fizera ao berço natal não fora bem recebido por desenvolver uma cultura europeísta e a discriminação da raça negra que manchavam o destino.
No seu camarote, desapaixonado e sem nau, jazia a pouca respiração do pobre poeta, as pessoas nem sequer passavam por perto com receio da transmissão da moléstia esquecido continha alguns escritos inéditos, por covardia e desinteresse dos amigos, o mar os levou consigo, editando nas correntezas marítimas versos rimados no livro eterno da sabedoria.
Ainda no salão do navio, a portuguesa Margarida surpreende-se comentando.
- Felisberto! Eu vi o doutor Antonio, gemendo no seu camarote.
- Margarida, tu tens muita coragem de ir até lá. Deus me livre!
-Sabe! Ele me pediu um cigarro e falou que vai pra Caxias. Você não era grande amigo dele?
-Sim, eu era. Agora não sou mais. Não posso ficar perto do doutor! Ele está acometido de fraqueza do peito, nem o comandante responsável por ele não dá a mínima atenção. Somente eu vou dar, tens paciência Margarida!.
Um outro amigo passa, abre a porta, e Gonçalves Dias o reconhece.
-A..A..Armando, foooste meuuu aaaluno no Peedroo Se gun dôo. Lembra de mim?
-Sim doutor Antonio! Lembro-me. O que posso servir?
-AAAAcenda uuum cicicigarro e lance a fuuumaça no meu rosto!
- Farei isso mestre!
As forças de Gonçalves Dias, partiam mansamente, já nem segurava mais um cigarro pelo menos deseja sentir o cheiro do cigarro, agonizando no balançar do navio, momento em que Armando se dirige ao comandante do navio.
-Quem estar cuidando do mestre Gonçalves Dias ?
-Eu não posso ficar ao lado dele, posso? Não quer se alimentar, só fumar? O que posso fazer se ele nem se levanta. Além do mais quem vai me proteger da praga que ele carrega?
-É muita injustiça comandante? Já que ele foi entregue aos cuidados do comandante da Tripulação, o senhor não pode fazer nada por ele?
- Meu caro! Eu tenho família e ainda tenho a responsabilidade da operação do navio. O caso do doutor Antonio Gonçalves Dias é fatal, não tem mais jeito, já avistamos São Luis.
Por infelicidade, o navio naufragou no baixio de Atins, pertíssimo de São Luis nas costa do Maranhão, e todos procuravam meios de salvamento, lançando-se em botes e canoas em alto-mar, porém, o mísero poeta caxiense permaneceu no seu eterno camarote, agonizando na pulsação insolente, sem nenhuma companhia que pudesse levá-lo até o bote, vez que o furo no casco da embarcação ocasionado pelas pedras, demorou mais de dez horas para naufragar, havendo condições de salvaguardar o grande professor, crítico de história e etnólogo, morrendo deslembrado nas paixões da vida marinha ao lado de todas as palmeiras onde canta o sabiá. Antonio Gonçalves Dias partiu no além-mar, mais os seus versos permanecerão sempre Hino Nacional Brasileiro.
"Nossos bosques têm mais vida;
nossa vida no teu seio mais amores"
Cujos versos foi retirado do poema "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias, dedicado a Caxias para que os caxienses dêem mais valor ao nobre filho esquecido na terra e no mar. Por isso Caxias, é o berço da história com uma arquitetura herdada do século XIX e inicio do século XX no estilo português, conservando boa parte de seu patrimônio histórico, apesar que destroem o patrimônio arquitetônico no levante de edifícios com intuitos de pequenos locadores ganharem dinheiro.
Assim foi o pedaço da existência do nosso poeta, Antonio Gonçalves Dias, o Máster das Letras, do romantismo, indianismo e do pensamento.
O grande comerciante português João Manuel Gonçalves Dias, pai do poeta maior do romantismo brasileiro – Antonio Gonçalves Dias fugiu com sua amante Vicência Ferreira, às pressas, grávida de nove meses, ainda sentindo dores, seguindo as margens do Rio Itapecuru à noite, passando pelas cercanias do bairro Ipem, Cemitério das Pedras, Sabiá, atravessou o riacho São José, trilhou pela Estrada Velha da Sambaíba, no 2º. Distrito de Caxias, onde fica a Fazenda Erasmo Shallkytton rumando pelo lugarejo Remansin, que ligava ao refúgio no sítio Boa Vista, na cidade de Aldeias Altas.
Numa viagem conflitante e distante das sangrentas batalhas, caiu por terra no dia 01 de agosto de 1823, proclamando a independência do Brasil em Caxias, a vitória e a liberdade, assim nascia o maior poeta indianista do Brasil, desprovido de qualquer assistência nas matas rodeadas de palmeiras de babaçu, num pequeno casebre coberta de palhas onde o sabiá cantava com euforia no dia 10 de agosto de 1823, cujo lugar nativo se encontra abandonado pelas autoridades públicas e governos com apenas uma placa – AQUI NASCEU O POETA GONÇALVES DIAS.
Tristonho, ainda permanece o escritor, que sem qualquer ajuda de custo, mantém no sítio de sua propriedade um pedaço da antiga Estrada por onde o poeta passou por várias vezes ainda pequeno, além dos bandeirantes que cruzaram pelas laterais da margem do Rio Itapecuru. É triste ainda manter naquele local um pedaço de estrada ou vestígio que nem mesmo o tempo apagou. Visto que terceiros sempre possuem a maldosa intenção de abrir estradas vicinais naquele trecho, e por tais motivos, o escritor mantém diálogos e às vezes, desentendimentos com terceiros que não sabem a importância daquele pedaço de terra que marca o tempo e o espaço de uma jornada. E desta forma, o escritor, apenas escreve sem nada poder fazer em benefício do notável conhecedor das letras, Gonçalves Dias, esquecido como sempre o foi, desde o nascimento, aniversário até a sua nefasta morte, na qual historiadores apenas relatam que no ano de 1862, Gonçalves Dias retornou à Europa para cuidar de sua saúde, e no mês de setembro de 1864, durante a grande viagem de volta ao Brasil no navio Ville de Boulogne, este naufragou na costa maranhense, salvaram-se todos, exceto o poeta que, por estar na cama em estado agonizante, foi esquecido em seu leito. Jamais concordei com alguns relatos históricos da vida do poeta que foi abandonado em seu camarote por estar bastante debilitado, magro com tuberculose crônica, além de outras doenças incuráveis.
No Ville de Boulogne quase todos os viajantes eram seus amigos e por estar acoimado, sem ajuda e sofrendo, sabia que o seu sonho era chegar em Caxias, apesar, que Caxias do Estado do Maranhão jamais lhe reconheceu como poeta naquelas épocas, não lhe outorgando as honoráveis homenagens que fazia jus, mesmo sabendo da vida literária e todos os atributos, não lhe renderam homenagens por restar na alma o traço marcante de negro. E pelas três visitas que fizera ao berço natal não fora bem recebido por desenvolver uma cultura europeísta e a discriminação da raça negra que manchavam o destino.
No seu camarote, desapaixonado e sem nau, jazia a pouca respiração do pobre poeta, as pessoas nem sequer passavam por perto com receio da transmissão da moléstia esquecido continha alguns escritos inéditos, por covardia e desinteresse dos amigos, o mar os levou consigo, editando nas correntezas marítimas versos rimados no livro eterno da sabedoria.
Ainda no salão do navio, a portuguesa Margarida surpreende-se comentando.
- Felisberto! Eu vi o doutor Antonio, gemendo no seu camarote.
- Margarida, tu tens muita coragem de ir até lá. Deus me livre!
-Sabe! Ele me pediu um cigarro e falou que vai pra Caxias. Você não era grande amigo dele?
-Sim, eu era. Agora não sou mais. Não posso ficar perto do doutor! Ele está acometido de fraqueza do peito, nem o comandante responsável por ele não dá a mínima atenção. Somente eu vou dar, tens paciência Margarida!.
Um outro amigo passa, abre a porta, e Gonçalves Dias o reconhece.
-A..A..Armando, foooste meuuu aaaluno no Peedroo Se gun dôo. Lembra de mim?
-Sim doutor Antonio! Lembro-me. O que posso servir?
-AAAAcenda uuum cicicigarro e lance a fuuumaça no meu rosto!
- Farei isso mestre!
As forças de Gonçalves Dias, partiam mansamente, já nem segurava mais um cigarro pelo menos deseja sentir o cheiro do cigarro, agonizando no balançar do navio, momento em que Armando se dirige ao comandante do navio.
-Quem estar cuidando do mestre Gonçalves Dias ?
-Eu não posso ficar ao lado dele, posso? Não quer se alimentar, só fumar? O que posso fazer se ele nem se levanta. Além do mais quem vai me proteger da praga que ele carrega?
-É muita injustiça comandante? Já que ele foi entregue aos cuidados do comandante da Tripulação, o senhor não pode fazer nada por ele?
- Meu caro! Eu tenho família e ainda tenho a responsabilidade da operação do navio. O caso do doutor Antonio Gonçalves Dias é fatal, não tem mais jeito, já avistamos São Luis.
Por infelicidade, o navio naufragou no baixio de Atins, pertíssimo de São Luis nas costa do Maranhão, e todos procuravam meios de salvamento, lançando-se em botes e canoas em alto-mar, porém, o mísero poeta caxiense permaneceu no seu eterno camarote, agonizando na pulsação insolente, sem nenhuma companhia que pudesse levá-lo até o bote, vez que o furo no casco da embarcação ocasionado pelas pedras, demorou mais de dez horas para naufragar, havendo condições de salvaguardar o grande professor, crítico de história e etnólogo, morrendo deslembrado nas paixões da vida marinha ao lado de todas as palmeiras onde canta o sabiá. Antonio Gonçalves Dias partiu no além-mar, mais os seus versos permanecerão sempre Hino Nacional Brasileiro.
"Nossos bosques têm mais vida;
nossa vida no teu seio mais amores"
Cujos versos foi retirado do poema "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias, dedicado a Caxias para que os caxienses dêem mais valor ao nobre filho esquecido na terra e no mar. Por isso Caxias, é o berço da história com uma arquitetura herdada do século XIX e inicio do século XX no estilo português, conservando boa parte de seu patrimônio histórico, apesar que destroem o patrimônio arquitetônico no levante de edifícios com intuitos de pequenos locadores ganharem dinheiro.
Assim foi o pedaço da existência do nosso poeta, Antonio Gonçalves Dias, o Máster das Letras, do romantismo, indianismo e do pensamento.