o curso da vida
Hoje alguém faleceu, no mesmo instante alguém nasceu. A vida algumas vezes é injusta para uns, justa para outros e nós não temos controle. Nesse desequilíbrio que é a vida, precisamos encontrar o equilíbrio e equilibrarmo-nos.
Uma mãe perde um filho, outra recebe a chave da vida e nós tornamo-nos redundantes diante do grande palco que é viver.
Houve o sopro.
Mais alguém nasceu e outrem fechou os olhos e assim vida e morte seguem lado a lado e nós seguimos de mãos atadas, sem ter o que fazer.
Respira.
Alguém precisa de ar. Precisam ouvir teu silêncio. teu grito-mudo começa a me atormentar e eu não sei onde me encontro agora. Estou aqui retórico e dêitico. Quem sabe onde estou? Na vida... A morte tem medo de mim e de tudo o que eu soprei a ela. Eu preciso seguir vendo pessoas abrirem os olhos e outras fechando... Não se o que fazer.
O que restou da vida ou da morte?
Inexisto.
Me confundo.
Soou profundo ou sou raso?
Até onde sou? Ou fui até quando?
Serei um dia.
A vida me abriu os olhos para ver a morte de perto. Meu medo é sentir medo. Mas enquanto os meus olhos estiverem abertos hei de ver a luz e ela me tranquiliza, mas o que vou fazer enquanto durmo.
À noite não há luz sobre meu corpo, mas há vida em mim, no entanto a vida anda de mãos dadas com a morte.
Mais alguém nasceu... Aguardo a notícia de que mais alguém fechou os olhos.