MAGIA DO NATAL
Nara Pamplona
Luzia, em seus momentos de quietude, tinha um enorme prazer em sentar-se em um banco em frente ao mar e, ao sabor do encanto dos suaves ruídos dos movimentos da maré, relembrar os momentos felizes de sua provecta existência. Esse costume trazia-lhe uma forte sensação de alegria e plenitude. Em um desses dias, passou a relembrar os natais de sua infância em sua pequena cidade natal: era uma criança feliz, pois, embora seus genitores não possuíssem muitos recursos, tudo faziam para proporcionar aos cinco filhos educação, amor, cuidados com saúde e excelente formação moral.
Luzia, em seus momentos de quietude, tinha um enorme prazer em sentar-se em um banco em frente ao mar e, ao sabor do encanto dos suaves ruídos dos movimentos da maré, relembrar os momentos felizes de sua provecta existência. Esse costume trazia-lhe uma forte sensação de alegria e plenitude. Em um desses dias, passou a relembrar os natais de sua infância em sua pequena cidade natal: era uma criança feliz, pois, embora seus genitores não possuíssem muitos recursos, tudo faziam para proporcionar aos cinco filhos educação, amor, cuidados com saúde e excelente formação moral.
Apesar das dificuldades financeiras que privavam a família de muitas coisas que poderiam trazer alegria às crianças, Luzia era uma criança serena e feliz, sabendo aproveitar todos os momentos agradáveis, na família e entre amigos. No núcleo familiar, todas as datas festivas eram motivo de comemoração e uma oportunidade de reunião dos entes queridos. Mas, uma comemoração que Luzia esperava ansiosamente o ano todo era a de Natal. A família possuía um tio que, praticamente, era o seu patriarca, e que, com seu carinho e generosidade, promovia, às vésperas, uma grande festa, para a qual todos eram chamados. Sua casa era imponente, com enorme quintal e, na frente, no jardim, plantara, quando a adquirira, um pinheiro, que crescera, tornando-se alto e vistoso. Nele, o anfitrião colocava fictícios presentes, enfeitando-o com lindas e coloridas luzes, causando nas crianças um enorme frenesi e contentamento. Antes das doze badaladas da meia-noite era servida uma lauta ceia, simbolizando uma bela e feliz confraternização de amor. Quando a festança findava, todos caminhavam em direção a uma igreja próxima, para assistirem à Missa do Galo. Durante o percurso, como as tias e avós tinham um corpo volumoso, foi apelidada, sem maldade, como a Família das Gordas! Isso era motivo de riso, mas, também, de espanto, porque para as crianças, que não possuíam noção de beleza e feiura física, todas eram lindas e perfeitas. Com o término da Missa, todos retornavam à casa do tio para as despedidas e seguiam para suas residências, para a visita do Papai Noel, que nunca falhava, muito embora os presentes fossem simples, com a explicação de que lhe faltara dinheiro para adquirir melhores. Pouco tempo depois, as razões foram dadas e compreendidas.
O tempo passou, a família de Luzia mudou-se para outra cidade mais promissora, onde seu genitor teria maiores chances de melhorar as condições de vida, e foi o que ocorreu. Mas, no coração e mente de Luzia, embora os natais continuassem a ser festejados com outra parte da família, permanecia a lembrança daqueles natais ricos de magia.
Aquelas lembranças acariciaram seu espírito... caminhou até o mar e agradeceu a Deus as benesses sempre recebidas, sendo uma delas a felicidade de ter vivenciado, por muito tempo, o verdadeiro sentido dessa data tão significativa e importante.
Aquelas lembranças acariciaram seu espírito... caminhou até o mar e agradeceu a Deus as benesses sempre recebidas, sendo uma delas a felicidade de ter vivenciado, por muito tempo, o verdadeiro sentido dessa data tão significativa e importante.