ENTÃO É NATAL

ENTÃO É NATAL

Ele ficava ali olhando todos aqueles doces na vitrine do supermercado, mas não tinha como comprar e muito menos comê-lo. Ele deveria estar ali há horas, mas ninguém lhe dava atenção.

De repente uma gritaria:

- Pega ladrão! Pega ladrão.

- É um moleque.

Todos os olhos se dirigiram ao menino que estava ali.

- Mas o que ele roubou? Três latas de leite em pó.

- Mas não está com ele as latas!

- Mas deve ter entregue ao seu comparsa.

O dono do supermercado, o mais nervoso, lançou-se contra o garoto a fim de uma bela de uma lição. Mas foi seguro pelos seguranças.

- Bater nele só vai provocar mais confusão. Acalme-se.

- Qual o seu nome, garoto? – perguntou um dos seguranças.

- Meu nome é Walter.

- Walter, você roubou as latas de leite?

- Sou pobre mas não sou ladrão! – respondeu.

- Sei que você não roubou nada. Mas vá para casa antes que eu mude de ideia.

Mas antes passou pela vitrine dos doces, e sentiu mais vontade de comer um daqueles. Abaixou a cabeça e saiu para a rua, triste e revoltado.

Sem perceber uma estranha figura observava tudo atentamente. E continuou seguindo-o à distância.

Mas Walter, que era esperto, sentiu que estavam lhe seguindo. Apertou o passo para fugir do estranho. Mas de repente quanto mais andava não conseguia sair do lugar.

- Minha Nossa Senhora, não deixe acontecer alguma comigo.

O estranho agora estava mais perto e Walter agora sentiu medo.

A luz da rua estava muito fraca e isso não permitia ver o rosto do desconhecido.

- Você que é o Walter? Filho do Augusto e de dona Fernanda.

- Como sabe tudo isso? – perguntou desconfiado.

- Conheço vocês faz muito tempo.

- Quem é o senhor?

O misterioso homem saiu à claridade e qual foi a sus surpresa.

- Pai!!!

- Sou eu mesmo. Surpreso?

- Como tem coragem de voltar?

- Perdoe meu filho, mas eu precisei me afastar para conseguir me endireitar na vida. E consegui?

- Você nos abandonou e agora quer voltar?

- Me perdoa mais uma vez.

Sem saber o que fazer saiu correndo contar para a mãe.

- Não acredito que você viu o seu pai. Pra mim ele tinha morrido. Como teve coragem.

- Ele está aí fora.

Elza saiu e o que viu foi um homem apresentável, bem vestido, cabelos cortados e barba feita.

- É você, Simão?

- Sim sou eu, Elza. Surpresa?

- Não acredito. O que você aprontou? Andou roubando banco?

- Não. Ganhei tudo honestamente.

- E agora quer voltar? Não aceito, depois de tudo que você fez.

- E se eu quisesse?

- Agora não dá. Eu estou junto com outra pessoa. Que é muito bom para mim.

- Espero que sim.

_ Eu só quero ajudar.

- Não preciso da sua ajuda!

Fechou a porta e o deixou para fora.

Chorando falou para o filho:

- Eu não podia aceitar isso filho.

- Mas porque mentiu sobre que tinha outro?

- Para que ele não entrasse em nossas vidas. Se foi embora uma vez, poderia sumir novamente.

Dia seguinte, cabeça ainda cheio de confusão, Elza chamou o filho para ir à escola.

Quando saiu viu um caminhão descarregando vários produtos.

- O que é isso? Vocês estão enganados. Não comprei nada!

-A senhora não Elza de Souza Amaral?

- Sim, sou eu.

-Então é aqui mesmo. E tem até uma carta que pediram para entregar.

Pegou a carta e leu.

“Ela, sei que você não perdoa o meu erro, e reconheço que errei. Mas era preciso, só assim poderia lhe dar uma vida nova. O dinheiro que eu ganhei foi honesto. Quando cheguei ao lugar que eu resolvi morar, Princesa do Agreste, salvei a vida de um senhor e agradecido me contratou para morar com ele. Era sozinho e não tinha filhos. Para minha surpresa ele deixou uma boa herança para mim. Por isso resolvi voltar. Sabe, não acreditei na história de que você tinha se casado de novo. Espero que você me perdoe. Não quero que nosso filho não passe vontade de comer um doce. Te amo, sempre. Essas coisas são para você por um pouco em ordem para até quando eu voltar. Um beijo. ”

A pequena cidade de interior estava toda alvoroçada. Pela primeira vez a cidade iria receber o Papai Noel. A criançada estava toda ouriçada quando o caminhão, trazendo os brinquedos dobrou a esquina e parou em frente à praça. Num instante a fila se formou e Walter estava na fila, e cada um foi pegando o seu brinquedo.

Quando chegou a vez de Walter, o Papai Noel disse:

- Esse é um presente muito especial para você, Walter.

- Como sabe o meu nome, se não mandei cartinha para você?

- Porque você é meu filho!

E tirou a fantasia de Papai Noel.

19/12/2018

lmorete
Enviado por lmorete em 19/12/2018
Código do texto: T6530680
Classificação de conteúdo: seguro