Casa de orates

No caminho das pedras roxas das caramuçinas onde foi morar uma louca ideia, nascida sob um pé de caraminholas.

Ouviam-se duas vozes que viam do outro lado do muro!

-Ave Cesar! Vossa majestade imperial! Aonde nasceu essas ideias?

Perguntou uma das vozes!

-Meu caro, John Leno!

Não quero comprometer as minhas palavras, que já de tão poucas usadas, tornaram-se quase todas puídas, amarelas e esquecidas.

Então direi apenas o que penso, porque o que penso, penso sozinho, mas como não me julgo um ser egoísta!

Vou lhe dizer do parto que eu tive, cá, na minha cabeça, e trá-lo-ei a luz, o nascimento dessa coisa, chamada pensamentos vivos, que de sonhos nasceram em mim.

Meu caro, John Leno!

A ideia e muito rápida, mas pode se somar ao ato de criar, e quando criamos o que não conhecemos, porque só se cria o que ainda não foi criado!

E as partes do que pode vim a ser, encontram-se intangíveis, mas engastadas na massa cinzenta de cada ente racional, e, é só com o passar dos dias que descobriremos o que são essas incógnitas, portanto só a ti direi às ideias que chegaram a mim, sob o meu querido pé de caraminholas!

Eu estava deitado sobre as pedras roxas das caramuçinas e ao fechar os meus olhos por um pequeno pedaço de tempo, esqueci-me onde eu estava! Foi como se eu não vivesse mais nesse mundo das coisas loucas!

Transmutei-me em um ser dotado de asas e ganhei o que há tempos já chegara, amiúde, em sonhos meus.

Falo dessa liberdade! Que ora domina o que dantes a clausura fora senhora, não dos sonhos! Mas voz e corpo meu.

É isso, meu caro John Leno! Nem uma clausura prende sonhos!

Então abrir a minhas longas asas, que agora libertas, me levariam além dos corredores desbotados e daqueles Homens pintados de branco!

Então, as estendi e corri sobre as pedras roxas, até chegar à beira do precipício,

Me deixar cair, e voei!

Naveguei nos ares, que dantes navegados foram, pelos os meus pensamentos.

E digo a ti, meu caro John Leno!

Que nem mesmo o mais veloz dos pássaros, pode voar tão rápido quanto eu voei! nem mesmo o vento é capaz de tal façanha!

Falar-te-ei sobre as nuvens, que tu pensas serem feitas de algodão, não meu caro John!

Não as são de algodão! E nem são doces!

Como eu também pensava.

Não acho palavras para narrar às maravilhas vistas lá de cima!

Pois, há coisas que só os nossos olhos podem nos dizer!

Um dia tu ponderais vislumbrar o que o os meus olhos viram.

É assim, meu amigo!

Qualquer um pode voar, e só querer!

Os sonhos são infinitos, um infinito azul, Sem muros, nem grades, sem portões.

Ha paredes que podem prender a matéria, mas o espirito é livre!

- Cesar, vossa majestade imperial, a mim, bastaria poder transpassar esse muro!

Que já por tantas vezes me criou galos na cabeça!

Não sou orate! Não! Não sou! E bem sei que nem tudo pode ser tocado!

Mas, não sou desses que desistem facilmente, quando se deparam com um muro a sua frente! Então lhe cederei o meu pandeiro e vossa majestade imperial, Cesar! Me ensinará a criar asas E algumas loucas ideias, porque sou também corpo e alma, mas desprovido de sonhos!

Pois há dias tento convencer esse muro, que ai está! na nossa fronte,

Mas ele finge não me ouvir!

E fica sempre indiferente as minha palavras!

Creio que ele andar a dizer coisas aos Homens vestidos de branco.

Pois, sempre que estou a encara-lo aparece um desses branquinho a me olhar.

Se esse muro não me deixa transpassa-lo, então criarei asas!

E passarei por baixo do portão principal, mas só quando este estiver aberto!

Eu, John Leno, famoso pintor de paredes, conhecido e aclamado pelo os internos dessa casa!

Cantor e tocador de pandeiro,

Será que irei voar um dia?

-Meu caro amigo! John Leno, se as minhas asas suportassem o dobro de mim, eu o levaria Nesse meu avido voar,

Então, tu saberias também das ideias que brotaram sob o meu querido pé de caraminholas!

E conhecerias os caminhos das caramuçinas, pois só assim, tu poderás saber aonde foram Morar as mais loucas ideias!

-Cesar, imperador dessa imensidão que a américa latrina!

Eu, John leno, pintor e tocador de pandeiro, ops! Disfarça, ai vem os branquinhos!

- Olá rapazes! Que noite quente!

Vamos! está na hora de tomar o remédio!

Bom dia!

Boa tarde doutor!

Edivaldo Mendonça
Enviado por Edivaldo Mendonça em 11/12/2018
Código do texto: T6524513
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