A Saga de Constâncio e Fabiana(9)
Aquele asceno de mão feito por Constâncio, da varanda da casa de Dª Santa hoje á tarde mexeu com Fabiana.
O que seria aquilo que acontecia com ela? Sentia-se bem na presença dele, tinha saudade,sem nunca ter convivido, imaginava aqueles braços fortes pegando-a pelos braços e levantando-a do chão.
Porque as filhas de Dª Santa podiam estar ali com ele na varanda, conversando sobre o que quisessem e ela não tinha este mesmo direito? O que haveria de perigoso ou de errado nisto?Mas ele “morava lá” Bem ou mal, era “de casa”.
E se por acaso morasse na casa de Maria Fel, seria “de casa”? Fabiana achava que não, que talvez Fulô amarrasse um deles dois numa corrente, pra não se aproximarem. Tinha vontade de se abrir com a mãe,conversar e explicar pra ela o que sentia,mas tinha medo.Melhor deixar o tempo passar e aguardar os acontecimentos.
Nas suas rezas antes de dormir pedia a Deus que a iluminasse, pra encontrar uma saída.Mas saída pra que? Não era nenhum problema insolúvel. Melhor dar tempo ao tempo.
Hoje à noite tinha ensaio do Côro da Igreja.Fabiana entrou pro coro a convite das filhas de Dª Santa que já cantavam lá. Como ela já tinha participado do coro infantil no Orfanato aceitou feliz.assim tinha uma atividade a mais pra fazer durante a semana e gostava de cantar, o mais importante.Seu irmão Nazon a levava 1 vez por semana(2ªs feiras) às sete horas e Fulô a buscava às dez.Fabiana naquela noite sentia muita vontade de cantar...Depois do jantar, arrumou-se e foi com Nazon pro ensaio do Côro.Já na pracinha olhou pra varanda iluminada da casa de Dª Santa onde Constâncio na rêde.praticava seu clarinete.Nisto foi chegando Tóti(Aristóteles) que tocava violino também no coro e “pensou alto”: Que sôpro bonito tem esse rapaz,hein? Quem será? De vez em quando ouço ele praticando... “É o mesmo rapaz que chegou de fora pra jogar futebol e tocar na Banda, chama-se Constâncio, disse alegre Fabiana,como se a pergunta tivesse sido feita a ela.”Brigado Fabiana,vamos entrar, que a Maestrina já chegou, disse Tóti...”É você a soprano que mandei convidar? Disse aMaestrina já sentada em frente ao Harmônio. Sim , sou eu maestrina muito prazer. Sou Fabiana. “Seja benvinda minha filha”, disse toda simpáticaa Organista, dublê de Maestrina.Estamos mesmo precisados de uma voz de soprano que ficasse com a incunbência dos “solos”.Vamos mostrar a voce o que já temos no repertório e onde deve haver solos, ta bem?
Fabiana conhecia tudo pois no Orfanato Santo Antônio tinha missa diariamente e ela decorou de tanto ouvir, aquelas músicas todasA maestrina lhe deu algumas folhas de papel com as letras em latim e assim ficou fácil.Passaram o repertório todo aquela noite e Fabiana saiu-se muito bem.Estava feliz!
!o horas...Fulô chegou pra busca-la.Acabou-se o que era doce!