As Amazonas do Zodíaco - Capitulo Zero - parte 8/final
Narrativas que se Fecham;
Umas que se Seguem;
Outras que se Abrem...
Nas escadas, corredores, café e sala de cinema da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, convidados excitados e curiosos e estudantes excitados e nervosos transitam como lhes convêm a exploração e expiação de seus sentimentos borbulhantes que o evento gaseifica: uma mostra de filmes de TCCs dos estudantes de cinema. Alba conversa num grau notável de tensão com seus amigos, também nervosos. Edite, sem êxito por sua, também, condições de carnes e nervos trêmulos, lhe acompanha para na tentativa de acalmá-la. Mas é a mãe Yara que lhe socorre, por intermédio de abraços e beijos, doses homeopáticas de tranquilidade para as filhas, que não resolvem em nada.
A sessão de exibição se inicia, Professor Felipe se encontra, de frente para as cadeiras, ele espera as pessoas entrarem. Todos acomodados. Alba, Edite, Yara e Nelson estão sentados na primeira fila.
As luzes se apagam, Na primeira fila estão os pais de Alba e Edite. Os filmes estão rolando, expectativas de todos, possuem olhares vidrados na tela. Variação de luzes sambando em olhos de brilhos mais intensos. Cada créditos finais dos filmes têm que disputar decibéis com as trilhas sonoras e as palmas dos espectadores.
Começa o filme de Alba. E num sorriso tímido da pisciana, e permanece tímido quando já se encontra no percurso de algumas lágrimas que rolam. Edite também deixa algumas lágrimas correrem; ela olha para irmã e seca primeiro as lágrimas na maçã do rosto de Alba. Alba retribui o gesto. Yara e Nelson carrinham as filhas. Alba recebe um elogio mudo de seu pai. Edite se encanta com o carinho particular e toca com as duas mãos o braço de Nelson e permanece por longos minutos.
Alba com seu celular e está filmando a projeção o rosto mal iluminado de sua irma e pais. O filme termina, a luzes são ligadas. Os estudantes vão para frente da sala em momentos de debates, dizendo como foi o processo e respondendo as perguntas que lhe eram feitas. Chega o momento em que Alba fica de pé e começa a falar de seu filme. Alba pede a Edite que continue filmando.
_Foi um filme diferente, mas nem tanto. Gostei muito do final, agora! Pois, antes tava uma merda! _Alba olha para Edite como sorrisos frouxos; Edite sorrir e balança a cabeça. _O filme não termina aqui, já quem nem todas pontas foram resolvidas. E peço a todos que deixem, por hora, na memória de vocês, esse filme como uma espécie de larva, um resumo de algo que estamos construindo, tanto na vida pessoal de nossa família quanto um desenvolvimento artístico. Estamos... Pois, como puderam ver na tela, é minha querida irmã e meus pais que são as estrelas disso tudo, sobretudo a minha doce maninha. _Alba pede a irmã que se levante. Edite fica próximo a Alba. _A minha minha querida Edite, que de um processo de várias linhas narrativas, sujeitou a se expor dessa forma. Desde sempre agradecido por isso. _Alba dá uma abraco apertado e demorado em Edite. _montamos mesmo um núcleo criativo. _Alba chama Dani, Bel e Mike. _Estamos tão empolgados em dar vida a As Amazonas do Zodíaco, ter as histórias, que Edite idealizou na vida das letras, para a vida nas telas… histórias dessas mulheres que quiseram contar coisas suas, e muitas das vezes, extremamente intimas e não confessáveis para muitos... e que agora serão assistidas por todos… mas que são coisas, que quem assistir, podem ter identificações, serem catalisadores de alguma modificação pessoal,... coisas que as artes... que audiovisual promove para que se dedica a ser espectador,…
Yara se levanta, possuída por sensibilidades que se imperam em sua pele e se empenha em palmas vigorosas para filha. Nelson levanta ligado pelo mesmo sentimento de orgulho. Outras pessoas também seguem numa salva de palmas. Alba pede o celular a Edite e passa a filmar, ora a Edite, ora seus pais, ora os espectadores.
_Peço, também, desculpas a Edite, meus pais, professor Felipe, pelo diacho da câmera na cara desse povo todo. _Alba entre em crise de riso.
Todos caem na gargalhada.
Edite sente o vibrar do celular e ver que acabou de receber um mensagem de texto. Ainda no sorriso aberto, Edite clica na mensagem para ver quem e o que foi enviado. Edite recolhe o sorriso e fica intrigada. Felipe chega até Alba.
_O que acha mostrar o primeiro episodio da série para eles?
Alba ver o aspecto de Edite e fica levemente preocupada.
_Claro, claro! _Alba para os espectadores. _E para todos, temos um episodio experimental para experimentações do que ainda estamos criando… espero que gostem.
Edite sentam na poltrona. Alba chega até irmã.
_O que aconteceu? _alba pergunta a Edite.
_Depois te falo!
As luzes se apagam. Elas sentam na poltrona. Alba cutuca Edite. Edite pega o celular, desbloqueia e mostra a mensagem para Alba:
_”“Olá querida, querida sim, desde já! Não sei bem o que dizer. Mas fiquei sabendo que você pode ser minha filha. Gostaria muito de falar contigo, de te ver e não falar, tocar se assim permitir, te abracar e beijar com ousadia que me permitir. Pois, já lhe tenho toda a afeição do mundo desde que me foi dito essa possibilidade, que já sinto como fato. Mas achei que enviar uma mensagem, seria um melhor inicio. Só quero saber, se assim deseja, que dizer quando, eu já gasto todas minhas energias para ir até você " - Raimundo”
Alba pega o celular e mostra para Yara e Nelson l. A luz em tos vermelhos da tela da projeção e da tela do celular incidem num sorriso de consentimento dos pais. Edite sai da sala. Alba chega até o ouvido de Edite e num sussurro:
_Sim sim! Por que a dúvida!?
Edite pega o celular e responde a mensagem com apenas um “sim”. Edite desliga o aparelho e respira forte. Alba segura forte a mão da irmã. Segundos depois vem a resposta:
_”Estou aqui fora, aqui na escola, estou aqui agora. Pode ser agora?” _Mensagem de Raimundo
Edite levanta rapidamente e caminha para saída da sala, com dificuldades para enxergar na sala escura. Yara e Nelson olha Edite saindo, trocam rápidos toques de mãos. Alba vai atrás da irmã. Edite sai da sala de cinema, olha para os lados. Alba sai da sala, ela liga a câmera. Edite vai até barista.
_Viu algum homem me procurando?
Antes de ouvir a resposta do barista, Edite escuta a voz de um homem…
_Olá! _diz Raimundo em voz mansa e grave.
Alba filma Edite. Edite vira rapidamente; ela está muito tensa. Logo, Alba enquadra Edite e Raimundo. Alba olha diretamente com curiosidade os rosto de Raimundo; ela esquece o seu deve de cinegrafista e abaixa a câmera. Alba rapidamente lembra e olha para tela do celular para acertar o enquadramento. Alba também não segura a emoção e começa chorar de forma controlada para não perder a cena do encontro de Edite e Raimundo…
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fim do capitulo Zero