A Saga de Constâncio e Fabiana( 6)
O Ford de bigode contornou a praça da Igreja, desceu a rua que vai pra fábrica e uns dois quarteirões depois virou á esquerda no “Beco da Cataplasma”.Parou em frente á uma casinha velha, estilo colonial pobre;Era ali a Sede da famosa “Euterpe Sta Cecília”, a melhor Banda de Música do Estado. Sons de instrumentos de sopro, saiam pelas janelas, inundando o beco de alegria. Dr Alexandre desceu e foi recebido na porta pelo regente da banda “Mestre Zebedeu”. “Dr Alexandre, pensei que tinh|a se esquecido da gente!.”
“Que nada Zebedeu.É muito trabalho como sempre. Deixa eu te apresentar aqui o Constâncio ,o melhor Clarinetista que ouvi, pelas minhas andanças no interior de Minas.”Atenção pessoal.” Falou Zebedeu, se dirigindo aos músicos da banda. Estamos recebendo aqui a presença do nosso presidente honorário da Banda, Dr Alexandre que nos trouxe de encomenda, um jovem clarinetista, para preencher a vaga deixada pelo Achiles, que casou e mudou pra Sete lagoas...Pessoal, este é o novo colega de vocês, o Constânciolá das margens do Rio São Francisco, Januária. Alguns músicos bateram algumas palmas e vieram cumprimentar o rapaz;Bom.sem mais delongas, vamos passar a ária da Ópera Aída, de Verdi, que tem o solo de clarinete, que aliás nunca passamos toda, pelas dificuldades que apresenta na própria partitura.;
A um gesto de Zebedeu, a banda iniciou a tal Ária e a ao seu 2º sinal, Constâncio iniciou o solo de Clarinete.Os sons invadiram o Beco da Cataplasma,agora de maneira bem harmoniosa e abriram um sorriso no rosto do Mestre Zebedeu e do Dr Alexandre, todo orgulhoso.de seu pupilo.
Mínimas, semínimas, colcheias e semicolcheias, Constâncio passava pelas notas com a maior facilidade, seu som era robusto e quente, emocionando de verdade os colegas músicos e a minúscula platéia presente: O motorista do Ford de bigode, uma moça que veio trazer o lanche do Mestre, um pinguço que foi atraído pelo som da Banda e o Presidente honorárioDr Alexandre; Terminada a Aria., a um gesto do Maestro, os músicos descansaram os instrumentos no colo (menos o negão da Tuba, claro) e aplaudiram o novo Clarinetista que sorria feliz..”Rapaz, que leitura você tem, tudo á primeira vista, já conhecia esta partitura? “Não senhor, Mestre, mas sempre pratico leitura nas horas vagas., respondeu Constâncio.;
“Constâncio. Vou dar uma chegada até a Fábrica enquanto vocês ensaiam e depois passo pra te levar á Sede do Clube para assinarmos seu contrato de jogador de Futebol,disse o empresário, felicíssimo.
Tá bem Dr. Estarei por aqui, .Naqueles momentos de alegria veio á cabeça de Constâncio, a figura sorridente da irmã de Fulô, seu futuro colega da Fábrica.
Aliás desde o momento que ela foi embora, não saiu mais dos pensamentos do Clarinetista
”Intervalo pro cafezinho, moçada”, disse alguém...Todos foram pra rua onde estava mais fresco e se juntaram em volta de Cnstâncio, cheios de perguntas;Alguns já tinham ouvido um bochicho sobre o treino no Clube;”Rapaz, se você dominar a bola como domina esse clarinete, nós estamos muito bem de ponta direita agora! Disse um deles.”Vamos pessoal, temos que ensaiar pois domingo é aniversário do Clube e vai ter “retreta” no coreto da praça”, convocou Mestre Zebedeu. E a banda lotou de novo a sala da casinha do Beco da Cataplasma!
Enquanto isto Fabiana passava pela rua da fábrica Olhou para o beco,sem sequer imaginar que aquele Beco da Cataplasma, um dia faria parte de sua vida.1 hora depois, o Forde de bigode buzinou na frente da Sede da banda e láfoi Constâncio,Clarinete debaixo do braço, conhecer a Sede do Clube e assinar seu primeiro contrato de trabalho