UMA VITÓRIA E UMA PERDA
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Conheci um amigo de classe média alta, recém-viúvo e muito carente de afeto e de companhia, morava no mesmo prédio que um dos filhos e bem próximo do prédio das filhas, todos muito bem de vida, mas com suas próprias vidas, não tinham uma constante convivência com o pai. Raras eram as visitas e ele mesmo, depois me confessou, não queria atrapalhar a vida deles... Frequentavam algumas festas de aniversários, juntos e algumas vezes o chamavam para almoçar com eles.
Vou chamá-lo de “capitão”. Ele, a princípio, achou que eu não o daria muita atenção por ele ser idoso e chegou a mentir a sua idade pra mim. Ele disse que tinha 66, mas na verdade já tinha, na ocasião 82. Como era firme, bem conservado, cuidadoso e até um pouco vaidoso, nem percebi a diferença e acreditei por algum tempo que ele só tinha 66.
Bom! Porque resolvi contar esta história? Por que acho que transformei a vida daquele idoso. Ele era do tipo arrogante com as pessoas menos favorecidas, ele discriminava as domésticas, só se referia a elas como: “essa gente”, ou seja, uma forma bem pejorativa de alguém que quer manter distância de alguém.
Ele humilhava os trabalhadores da lavanderia próxima do prédio onde morava, eu ficava só observando aquilo e pensando o que fazer para mudar aquele comportamento. A nossa amizade foi crescendo e a minha presença em sua vida foi ficando fundamental, eu o acompanhava em muitos lugares, restaurantes, igrejas, supermercados, passeios, etc... Conversávamos muito, jogávamos dominó pra passar o tempo, ele vivia só no apartamento e não gostava muito de andar, talvez devido à idade, a fragilidade que o tempo o trouxe, então ficávamos ali o tempo todo. Quando estávamos fazendo compra no supermercado, eu ajudava algumas senhoras outras pessoas desconhecidas, a carregar sacolas e coisa parecida... Porque sempre fiz isso, gosto de ser útil, de ser gentil com as pessoas independentemente se conheço ou não; se precisar de mim, lá estou eu ajudando e ele presenciava tudo isso ‘caladinho da silva’, mas absorvendo tudo.
“Capitão” sentia a minha felicidade em ajudar, em ver a alegria no rosto de quem recebia gentileza e com isso, o seu próprio coração foi se transformando... Sempre que eu podia, tocava nesse assunto e pedia que ele olhasse para as pessoas com mais carinho e as tratasse com o mesmo respeito que ele gostaria de ser tratado.
Ele tinha uma vantagem, adorava falar de Jesus, ele tinha uma afinidade com a história de vida de Jesus e eu aproveitei tudo isso para fazê-lo mudar. Preciso resumir essa história, então digo: após várias provas da mudança de atitude diante das pessoas, um dia ele me chamou em sua casa, pediu que eu sentasse e olhando pra mim, chorou, chorou bastante e me disse a seguinte frase: eu agradeço a Deus todos os dias por você ter aparecido em minha vida. Você mudou a minha vida, eu não sei o que seria de mim sem você. E chorou como uma criança... Nessa ocasião “capitão” já estava com 90 anos de idade.
Um dia, “capitão” estava sozinho em seu apartamento, caiu e quebrou o fêmur e na mesa de operação, não resistiu e veio a falecer. Sua filha me ligou, mas no dia de Natal daquele ano, eu estava com um compromisso diante de mais de 500 pessoas e não pude viajar para me despedir do meu amigo. É isso.
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Conheci um amigo de classe média alta, recém-viúvo e muito carente de afeto e de companhia, morava no mesmo prédio que um dos filhos e bem próximo do prédio das filhas, todos muito bem de vida, mas com suas próprias vidas, não tinham uma constante convivência com o pai. Raras eram as visitas e ele mesmo, depois me confessou, não queria atrapalhar a vida deles... Frequentavam algumas festas de aniversários, juntos e algumas vezes o chamavam para almoçar com eles.
Vou chamá-lo de “capitão”. Ele, a princípio, achou que eu não o daria muita atenção por ele ser idoso e chegou a mentir a sua idade pra mim. Ele disse que tinha 66, mas na verdade já tinha, na ocasião 82. Como era firme, bem conservado, cuidadoso e até um pouco vaidoso, nem percebi a diferença e acreditei por algum tempo que ele só tinha 66.
Bom! Porque resolvi contar esta história? Por que acho que transformei a vida daquele idoso. Ele era do tipo arrogante com as pessoas menos favorecidas, ele discriminava as domésticas, só se referia a elas como: “essa gente”, ou seja, uma forma bem pejorativa de alguém que quer manter distância de alguém.
Ele humilhava os trabalhadores da lavanderia próxima do prédio onde morava, eu ficava só observando aquilo e pensando o que fazer para mudar aquele comportamento. A nossa amizade foi crescendo e a minha presença em sua vida foi ficando fundamental, eu o acompanhava em muitos lugares, restaurantes, igrejas, supermercados, passeios, etc... Conversávamos muito, jogávamos dominó pra passar o tempo, ele vivia só no apartamento e não gostava muito de andar, talvez devido à idade, a fragilidade que o tempo o trouxe, então ficávamos ali o tempo todo. Quando estávamos fazendo compra no supermercado, eu ajudava algumas senhoras outras pessoas desconhecidas, a carregar sacolas e coisa parecida... Porque sempre fiz isso, gosto de ser útil, de ser gentil com as pessoas independentemente se conheço ou não; se precisar de mim, lá estou eu ajudando e ele presenciava tudo isso ‘caladinho da silva’, mas absorvendo tudo.
“Capitão” sentia a minha felicidade em ajudar, em ver a alegria no rosto de quem recebia gentileza e com isso, o seu próprio coração foi se transformando... Sempre que eu podia, tocava nesse assunto e pedia que ele olhasse para as pessoas com mais carinho e as tratasse com o mesmo respeito que ele gostaria de ser tratado.
Ele tinha uma vantagem, adorava falar de Jesus, ele tinha uma afinidade com a história de vida de Jesus e eu aproveitei tudo isso para fazê-lo mudar. Preciso resumir essa história, então digo: após várias provas da mudança de atitude diante das pessoas, um dia ele me chamou em sua casa, pediu que eu sentasse e olhando pra mim, chorou, chorou bastante e me disse a seguinte frase: eu agradeço a Deus todos os dias por você ter aparecido em minha vida. Você mudou a minha vida, eu não sei o que seria de mim sem você. E chorou como uma criança... Nessa ocasião “capitão” já estava com 90 anos de idade.
Um dia, “capitão” estava sozinho em seu apartamento, caiu e quebrou o fêmur e na mesa de operação, não resistiu e veio a falecer. Sua filha me ligou, mas no dia de Natal daquele ano, eu estava com um compromisso diante de mais de 500 pessoas e não pude viajar para me despedir do meu amigo. É isso.