CULTURA AFRICANA - PARTE II

Marcos da cultura africana são a SONORIDADE (cantos e contação de estórias e lendas ) e a PLÁSTICA (vasto colorido das peças de traçado africano em diversas épocas. A escrita, para eles, não era tão importante assim, pois dependia de quem soubesse ler... e escrever - GRIOT - Contador de estórias, repositório vivo da cultura de um povo. A mímica utilizada, a empostação da voz e o acompanhamento musical são fatores muito importantes na transmissão da estória que ele quer transmitir - pontos centrais para a compreensão da lenda, conto tradicional, adivinha, fábula e enigma. - MAS AUSÊNCIA TOTAL DE ESCRITA? Não... Muitos maleses, escravos negros da religião muçulmana, sabiam ler e escrever em árabe. Esmagada a rebelião que os MALÉS organizaram em 1835 na Bahia, a polícia encontrou em poder dos rebeldes vários documentos em caracteres desconhecidos que depois souberam serem do idioma árabe.

A ÁFRICA NÃO É UM PAÍS E SIM UM CONTINENTE - Não é uma afirmação absurda, pois há uma tendência generalizada em falar da ÁFRICA como se todos que ali vivem tivessem os mesmos hábitos e tradições. Na atualidade, 53 países, e cada região geológica possui diferentes riquezas naturais (e muita miséria social!), principalmente as minas de ouro e diamantes, motivo de centenária exploração pelos europeus. Muitos diferentes e diversos povos vieram como escravos para o Brasil, trazendo para cá a melhor tecnologia dos trópicos e assim contribuindo para a nossa economia, tanto é que os donos das terras encomendavam aos mercadores mão-de-obra especializada para a atividade de seus domínios. Será um espanto saber que a ENXADA, o ARADO e as técnicas de IRRIGAÇÃO vieram para o Brasil com os negros? Eles mesmo escravizados, construíram com perfeição muitas casas grandes e senzalas, conservadas até hoje.

CIVILIZAÇÃO IORUBÁ - Desenvolveu-se a partir do século XI. Os povos dominavam técnicas de olaria, tecelagem, serralheria e metalurgia do bronze, utilizando a técnica da cera perdida (molde de argila que serve de receptáculo para o metal incandescente). A capital, Oyo Benin, era dividida em quarteirões especializados - curtume, fundição etc.

Na África foram encontrados os primeiros CENTROS UNIVERSITÁRIOS de que se tem notícia: em Tumbuctu, Gao e Djene. A cidade universitária de Tumbuctu, em Mali, começou a se desenvolver a partir do ano 12 d. C.

LINHA DO TEMPO: "NOSSOS ANTEPASSADOS" - IMPÉRIO DE GANA - Entre os séculos IV e XI, era conhecido como o Império do Ouro. Seu povo dominava as técnicas de mineração e usava instrumentos como a BATEIA, importante para o avanço do ciclo do ouro no Brasil. O clima úmido da região favorecia o desenvolvimento da agricultura e da pecuária. / IMPÉRIO DE MALI - Expandiu-se por volta do século XII. As cidades de Tumbuctu, Gao e Djene eram importantes CENTROS UNIVERSITÁRIOS e CULTURAIS. O povo Dogon habitava a região e registrou em documentos as luas de Júpiter, os anéis de Saturno e a estrutura espiral da Via Láctea, observações somente feitas a partir do século XVII na Europa. / IMPÉRIO DE SONGA - Nos séculos XIV e XV, se sobrepõe ao Império de Mali. Técnicas de PLANTIO e de IRRIGAÇÃO foram aperfeiçoadas e vieram para o Brasil juntamente com os negros escravizados, saberes estes que favoreceram a expansão da nossa agricultura, principalmente durante os ciclos da cana-de-açúcar e do café. / REINO DO CONGO - Já no final do século XVI, os habitantes dessa região eram especialistas em forjar ferro e cobre para produção de ferramentas, introduzindo em nossa lavoura a ENXADA, uma espécie de ARADO e diversos tipos de MACHADO, que serviam tanto para cortar madeira como para uso em guerras.

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