Fazedinha - O Guardador de Revistas
Fazendinha, Fazendinha, local especial, onde os habitantes incorporam personagens conhecidos da dramaturgia, como por exemplo, Norman Bates, esse mesmo, aquele do Motel Bates, conhecido por seus distúrbios mentais e suas peripécias para agradar sua ídola, Norman, Pigmeu.
O Bates da Fazendinha conhecido como Sapo Boi recentemente resolveu se dedicar a uma outra atividade, pois não mais exerce a de vigia, qual seja, guardador de revista, em troca de uma vaga melhor para a sua carroça.
Para conseguir esta vaga, Boi, resolveu ser o borra botas de uma figurinha que se envolveu com um individuo trinta anos mais velho, o Vovô, que recentemente entregou a alma, ou seja, fez o passamento.
Apesar de sua dedicação guardando a entrega semanal destinada ao de cujus, recentemente figurinha se deslocou até a Fazendinha e exigiu que sua vaga fosse desocupada, ou seja, que Boi saísse fora, e procurasse uma nova morada para a carroça.
Esse acontecimento foi um gatilho para o Boi, que se sentiu desconsiderado, diminuído, ainda mais por saber que Zeca, o bom e velho Zeca Urubu, daria boas gargalhadas, repita-se, boas gargalhadas a respeito do ocorrido, e não seria para menos.
Afinal, como diz a aparentada de Boi, esse é dado a fazer e acontecer, e ela aparentada não concorda com esse jeito e não quer se envolver em suas loucuras, pois tem coisas para perder, demonstrando assim em um ambiente marcado pela loucura um pouco, ainda que mínimo, de bom senso.
No dia que figurinha foi fazer sua fiscalização acompanhada de uma outra figura, Boi chegou a dizer quando o sino tocou em seu mocó, “Fala figurinha”, “O que foi figurinha”, o que evidenciou ódio e revolta em sua voz com a situação. A partir dali figurinha não aceitou mais a presença de Boi em sua vaga.
Mas afinal, o que Boi Bates achava, que iria fazer a incorporação da vaga, que poderia fazer o que bem entendesse. Foi legal demais, figurinha colocou Boi Bates em seu lugar, ou seja, relembrou o quanto este não é nada, apesar de se achar alguma coisa, mesmo sabendo de sua origem bem enrolada e tumultuada.
Depois disso, como era de se esperar, Boi Bates teve que colocar o rabo no meio das partes, e voltar para antiga morada, levando consigo sua carroça, ou melhor, seu objeto de adoração.
Ao final de todo o ocorrido, fica a seguinte pergunta, além da perda da vaga por onde andará a suposta contratada de Bates para fazer o papel de enamorada, que apareceu na Fazendinha apenas para que o Manco, que não vive no local, pudesse acreditar que Bates não é Bates, mas que estaria no caminho de Dom Marco, KKK, triste crença.
Mas, isto é um novo capítulo deste mundo chamado Fazendinha, por enquanto fica apenas aquela boa gargalhada pelo ocorrido com Boi Bates, que não tem encontrado nem mesmo apoio com sua aparentada, que não anda animada em apresentar afirmações mendazes perante o Conselho de Anciões, afinal a profissão de açougueiro não permite muitas reclamações perante o Colegiado de Açougueiros.
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