Escolhas são escolhas!

A vida é feita de escolhas. Fiz as minhas. E não foram poucas. Entretanto, nem sempre a escolha que fiz, foi certeira. Muitas e muitas vezes, escolhi o errado, o incerto, o injusto e o que me fez mal. Mas escolhas são escolhas.

O relógio marcava 03h50min da madrugada. Estava confusa. Não sabia ao certo de onde vinha e para onde ia. Minha cabeça girava. Não enxerga muito a minha frente. Estava dirigindo em alta velocidade. Sei disso pelo estrago que a batida causou. O carro ficou destruído.

Naquela noite, Isa saiu com seus amigos para irem a uma festa que era esperada por todos daquela cidade. Uma festa onde todos se reuniam, todos se divertiam até o dia amanhecer. A festa estava deslumbrante e com muitas pessoas. Vinha gente de todas as cidades vizinhas. Era esperada o ano todo.

Isa escolheu um vestido coladinho ao corpo, preto e com muitos brilhos. Era decotado e curtinho. Usou um salto dourado e fez uma maquiagem glamorosa. Tinha feito a melhor escolha para a ocasião. Isa ficou maravilhosa. Ela era maravilhosa. Era isso que pretendia. Tinha longos cabelos loiros, olhos azuis e uma pele bronzeada que chamava atenção de todos que passavam por ela. Sua beleza radiava até a noite mais escura.

Na festa, Isa não parava de olhar para um rapaz no qual lhe chamou atenção. Um rapaz muito belo, alto, esguio, pele morena e olhos pretos feitos noites sombrias. Aquele olhar era penetrante. Fazia com que Isa perdesse o rumo. Não conseguia parar de encará-lo.

Ele muito sedutor, usava de sua mais firme artimanha para seduzi-la. E seduziu. Foi até ela, lhe ofereceu um drink e Isa aceitou. Começaram um jogo de sedução sem volta. Beberam. Beberam muito. O rapaz começou a falar palavras em seu ouvido que a deixavam em êxtase. Ele sabia usá-las. Ele sabia como conquistar uma mulher.

Em um momento de ousadia, porém certeiro, o rapaz a convidou para irem a um lugar mais calmo onde poderiam conversar melhor, se conhecer melhor. Eufórica, Aceitou. Foram até o lado de fora do salão e como num passe de mágica, se beijaram. Um beijo caloroso como o sol raiando ao meio dia, forte como toda força que o mundo já vira. Puxou-a para perto do seu corpo cada vez mais apertado. Mais difícil de soltar. Isa já não conseguia mais soltar os braços daquele rapaz sedutor.

As carícias estavam aumentando, o clímax estava fluindo e estava tudo queimando por dentro dela. Quando parecia que toda aquela ansiedade carnal estava prestes a acontecer, Isa começou a sentir que algo a impedia. Uma voz em seu consciente começara a sussurrar para que fosse com mais calma. Isa o afastou. Pelo menos tentou o afastar. O rapaz não queria, estava no mais alto de sua fúria por tomar o corpo dela. Queria o corpo dela. Precisava do corpo de Isa para sua sede, sua fome, seu desejo carnal saciar.

Ela o empurrou. Pediu para ter calma. Mas, ele já não conseguia mais manter-se calmo. Estava como leões devorando sua presa. Ela insistiu. Não obteve resultados. Ele continuou em seu frenesi. Não podia parar.

Preocupada com a situação, Isa começara a gritar para que parasse. Não adiantava. Nada adiantava. Isa tentou sair de seus braços, mas a força do rapaz era uma força surreal. Isa começara a viver o seu pior dos pesadelos. Ele queria de todas as formas possuí-la. Ela começou a gritar por socorro, porém ninguém os via. Tentou mais uma vez e nada. O rapaz já irritado tentou a força lança-la para dentro do carro dela. Ela se defendia, contudo sua força era menor que a dele. Ele, como num piscar de olhos a empurrou e a jogou para dentro do carro. Era sua chance.

Ao contornar o carro para entrar pela porta oposta, Isa conseguiu pegar as chaves e ligou-o, e fez com que o rapaz se desiquilibrasse e cair perdendo o controle da situação.

Isa saiu em disparada e em alta velocidade. Chorava muito. Chorava pela escolha errada que tinha feito naquele momento. Um momento de terror, um momento que a fez repensar como podia confiar em alguém que havia acabado de conhecer. Isa não olhava pra trás. Só queria chegar de fato a sua casa.

O relógio marcava 03h50min da madrugada. Estava confusa. Não sabia ao certo de onde vinha e para onde ia. A cabeça de Isa girava. Não enxerga muito a sua frente. Estava dirigindo em alta velocidade. Sabia disso pelo estrago que a batida causou. O carro ficou destruído.

Isa estava muito machucada e a única coisa que de fato lembrava era que a vida é feita de escolhas. E dessa vez a escolha que Isa fez, a levou para um caminho sombrio, triste, de escuridão e de dor. Isa escolheu sair da festa com um homem desconhecido. Um homem sem nome, sem passado e que o presente quase a levou para um caminho sem voltas. Escolhas são escolhas.

Viviani Borghezan
Enviado por Viviani Borghezan em 28/08/2018
Reeditado em 28/08/2018
Código do texto: T6432453
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