SORTEIO FALSO- FINAL

Primeira atividade foi um JOGRAL com o poema "Minha escola", de ASCENSO FERREIRA - "A escola que eu frequentava era cheia de grades como as prisões. (...) E me ensinava a tomar bênção à lua nova." Violão em acompanhamento. Risadas gerais - professores e alunos de 'identificando' em certos momentos. O 'durão' aqui se emocionou, saudades do tempo de terrível moleque... ----- Outubro. Então, a minha sócia naquela tarde explicou à plateia que as tais programações com colaboradores convidados era a fusão dos festivos dias da Criança, mesmo com alunos bem crescidinhos, e do Professor. Não data "moderna", o Dia do Professor foi criado por D. Pedro I, muitas vezes consciente e humanitário, em Decreto Imperial de 1827 - 15 de outubro porque dia consagrado à educadora Santa Teresa d'Ávila -, dizendo que "todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras". (Se assim foi, não se confirma!!!) Apenas em 1947 (como demorou, hein? - tartaruguento desenvolver a data...) é que aconteceu a primeira comemoração, graças a SALOMÃO BECKER, professor de uma escola em São Paulo, celebração espalhada pelo país, oficializada por decreto federal em 1963 - repito: como demorou, hein?

Falsamente 'sorteado' três vezes, minha fama de curiosidade cultural e fala versátil, mas EU orgulhosamente cumpri com mérito o meu papel de "professor", protagonista alternativo. Fui muito além do previsto contato 'professor & alunos', porque me senti honrado e feliz, e ainda paguei refrigerantes e bombons, ganhei aplausos, lavei minha alma... ----- Nesse terceiro sábado, nem palestra nem projeção de imagens no lençol branco esticado na parede. Confesso que a ideia partiu da professora de educação artística (que adora oficinas assim, projeto pedagógico em clima de eterna festinha...) e fizemos uma espécie de sociedade - baixo custo, propositalmente sem tecnologia de primeira. Não dividimos o grupão por sexo ou idade, 25 estudantes do primeiro dia, propaganda boca-ouvido de "...é coisa boa, gente..."- e foram aparecendo mais, contei agora 52, e sim 'jogamos' com a aptidão de cada um-uma. Para driblar o tempo, distribuímos folhas digitadas com resumo das aulas e em seguida o material de trabalho, isto é, papel A4, lápis, esferográficas e canetinhas em cores diversas - duas grandes caixas de papelão, pegar à vontade. Incrível, usavam e devolviam... sem agressão ou individualismo de ganância.

Antecentes das tarefas - 1-EU, tino mais comercial, secretária-aluna ao quadro de giz, expliquei e exemplifiquei minuciosamente, voz bem pausada, TEORIA DA COMUNICAÇÃO: EMISSOR, CODIFICADOR ou REMETENTE (falante ou escrevente) / RECEPTOR, DECODIFICADOR ou DESTINATÁRIO (ouvinte ou leitor) / MENSAGEM (ideias, sentimentos) / TIPOS DE CÓDIGOS (palavras ou signos verbais, cores, desenhos, sinais, sons, fotos, formas plásticas, gestos, expressões de linguagem, símbolos etc.) / CANAIS DE TRANSMISSÃO (canal, meio pelo qual são transmitidos os sinais do código: 1-naturais - sentidos de visão, audição, tato, paladar e olfato, também o ar e os sons na fala; 2-artificiais - aparelhos ou objetos: cabos na telefonia, ondas no rádio, televisão, revista. jornal, computador). ----- Em seguida, falei sobre PUBLICIDADE, intenção de vender - anúncios em geral com alguns exemplos de slogans e expressões populares bem conhecidas porque repetidas, eternizadas na vida: "Quem bebe, repete." "A pausa que refresca." "...mil e uma utilidades." "Vapt-vupt." "Quem não se comumica, se trumbica." "Tô certo ou tô errado?" ----- A primeira opção de tarefa era anunciarem qualquer coisa, servia até o 'biscoitinho da vovó' ou o 'serviço de mecânico do papai'. ----- 2-A segunda opção de tarefa era uma estória pessoal ou familiar. ----- ELA, toda delicadinha, explicou estrutura dos CONTOS DE FADAS e INTERTEXTUALIDADE, ou seja, partir da narrativa tradicional e criar uma nova estória desde que se perceba e identifique personagens originais e suas ações. MUNDO DO "ERA UMA VEZ..." - PRÍNCIPE, PRINCESA, REI, RAINHA, CAVALEIRO, CAVALO BRANCO, CASTELO, TORRE, FADA, BRUXA, SÁBIO, ERMITÃO, SENHA, OBJETO MÁGICO, VARINHA DE CONDÃO, DUENDE, GNOMO, GÊNIO, ANÃO e GIGANTE.

A partir daí, a turma se dividiu em duas saletas e trabalhou livremente.

Não houve julgamento - se trabalho individual ou grupal, do ótimo ao horrível. Os anúncios foram grampeados num grande feltro e formaram um mural em cores. Muitos dos recontos de fadas modernas foram lidos em voz alta, dava nitidamente para percebermos alegrias, tristezas, sonhos e conflitos, mas respeitamos as "confissões" íntimas ou familiares.

Assumo a minha não-vocação para o magistério efetivo (só afetivo, de raro em raro). Assim, como palestrante e orientador no meu limite 1- 2 - 3, valeu a pena, se valeu!

Lanche? Tudo junto e misturado. Bolo e salada de frutas (muitos alunos trouxeram frutas do quintal de casa)......... Adivinhem quem pagou o açúcar e o creme de leite?!...

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LEIAM meus trabalhos "Anúncio há que ser criativo!!!" - I a IV e "Dois poetas recifenses" - Parte II.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 20/08/2018
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