Moanin'
Os passos no tempo. Um pé após o outro fazendo splash na calçada molhada ritmicamente.
Ding faz o sino da porta ao ser aberta. Tatatatatatatata bate o garçom com o lápis no balcão de madeira, em semínimas.
Através da fumaça azul que permeia o ambiente viaja um som rombudo à primeira vista, abafado por conversar e risadas, mas que obviamente dita o ritmo do lugar.
Peço um chopp. O garçom enche a caneca em três compassos. O chimbal fica mais evidente: tss tss tss.
A pergunta e a resposta. Fá menor.
Mingus desce as notas pelo braço do contrabaixo como se estivesse descendo uma escada em pizzicato.
Oscilando numa amplitude planejada, os sopros tocam em quatro tempos. Meu pé direito acompanha o ritmo da bateria.
O som aumenta, em volume e complexidade. Timbres e linhas melódicas se entrelaçam num crescendo.
Peço mais uma Lager.
A banda ataca outro Standart.