A Dança
Maria Madalena foi aprovada em um concurso e sem ter com quem deixar a sua filhinha. O jeito foi levar ao jantar oferecido pelo Superintendente do Banco do Brasil.
Com laços de fitas nos cachos, um vestidinho cor lavanda e um sapatinho cristalizado, meio cinderela Maria foi com a sua mãe toda faceira. Pulava, saltava e ria a valer, de fato ela não sossegava. Mas sua mãe seguia o estereotipo de qualquer confraternização e se dirigiu pra lá. Afinal também era fim de ano.
Ao chegar ao local, se juntou com algumas colegas de trabalho, que faziam elogios a mãe e a filha. Passaram o tempo rindo, conversando e Madalena segurando a filha pelo braço. Até que chegou a gerente no palco e avisou a todos que o jantar estava servido. E em fila como sempre seguindo o padrão infanto juvenil chegaram a mesa repleta de petiscos como se estivesse em um autódromo. Maria emperreada por está se sentindo presa começou a toliçar, em meio aquela muvuca de pessoas se empurrando, reclamando do calor e da fome. O Jantar estava servido e o conjunto musical começou a tocar varias musicas.
Enquanto o superintendente e sua senhora se dirigiam para mesa com a finalidade de degustar os alimentos. Maria obedecia ao que dissera na passagem o superintendente. Que a mãe deixasse a filha dançar. Embora Madalena conhecesse bem a sua filha, fez uma rápida objeção, qual se arrependeu. E quando esta tentou pegar a menina de volta as suas amigas de setor, repreenderam e disseram para deixar a menina brincar.
Não demorou muito e Maria era o centro das atenções. Ela dançava, rodopiava e gritava com riso ainda na boca. E quando em sua maioria aplaudiam e se divertiam as custa de Mariazinha. Eis que da alma infantil emergiu aquela luz, aquele sorriso lindo, atiçando a empolgação. Maria tirou os sapatos e os rodopiando embriagada como numa valsa de noite sem fim, perdeu o controle das mãos e soltou sem querer os sapatos no ar. O primeiro do par aterrissou na cabeça do garçom, que o fez jogar a bandeja com bebida na mesa, banhando todos os ocupantes sob um furor de risos incomedidos e o segundo, pra acabar com a festa caiu dentro do prato do superintendente, que embora tenha trazido suspense, com bom humor entendeu a situação e carregou a menina beijando-a como um príncipe da noite, que deixou todo mundo em risos frenéticos.
A banda que tocava parou, os ocupantes da mesa e o garçom de vítimas, desandaram em rir. Todos sem exceção passaram uns cincos minutos em risos. Atrasando as premiações e encabulando a menina, que começou a chorar.