ESTRESSE, BOBEIRA...OU QUE OUTRO NOME?

1---SEMI ESTÓRIA - APRESSADINHO, EU?! - Havia um ditado e na prática EU ainda não conhecia. Impulsivo, EU já era (sou e serei sempre!!!), do tipo "aqui e agora", perguntando a que hora ficaria pronto o almoço, na minha pressa de ir jogar bola e/ou brigar (linda a palavra "desafeto"...), tudo condicionado a um só tempo. Vi que minha mãe colocou cenouras bem grandes e novas, pele brilhosa e lisinha, numa panela grande, água ferveu rapidinho, encheu um prato, manteiga logo derreteu e esticou para mim, sentado à mesa. Trancou a porta da cozinha - primogênito, ingenuamente imaginei que era para não dividir com os três pimpolhos da casa. Fui com exagerada pressa ao "pote' - maneira de falar, não de líquido, mas de sólido... Cenouras quentíssimas, apenas aferventadas, duras! Na maior calma do mundo, ELA sentenciou: "O apressado come quente ou come cru..." Entendi: linguagem simbólica para tudo na vida. Enrolei, ganhei por conta própria um tempo mínimo para que esfriassem um pouco, ELA não permitiu talher e tive que roê-las, tal e qual um Coelho Gigante. Futebol? Ah, sim. Língua meio anestesiada, não dei uma única palavra durante o jogo inteiro. Transferi a raiva contida e esmurrei dois companheiros do time sem o menor monossílabo; isento do cartão vermelho no futebol de várzea. Resultado do jogo? Ganhamos de 7 X 0. Memorizei ad eternum - o alerta materno e a consequência por acaso e sorte positiva. ------ A vida me ensinou na marra - sem psicoterapia ou tarja preta - que estresse e ansiedade podem ter índices normais, mantendo-se foco e memória detalhada, porém, quando excessivos e não superam a crise vivida naquele momento, não representam dinamismo vital para a sobrevivência humana e sim, a duro caminho, interferem na saúde e na qualidade de vida. Nada de ferver de angústia e raiva porque a 'doce criatura' minha mulher (que me atura , mentalizando música política do CHICO...) ainda não está arrumada para sairmos (ELA faz dias antes a lista das compras e perde porque misturou com meus papéis de trabalho - ruim pelo risco de faltar algo ou porque acabamos comprando além do previsto) ou porque ELA em casa não atende de imediato o telefone (a insegurança gera ansiedade: voltou para a casa dos pais?) ou porque máquina essencial da empresa enguiçou de repente ou porque vimos cena de má educação na rua ou pelo engarrafamento no trânsito caótico ou porque... o computador está misturando sites literários (EU...) ou receitas de bolo (ELA...) com trigonometria. Aí, surgem patológicas e inoportunas crises de tosse nervosa ou gastrite ou suor excessivo ou alergias ontraditórias ou agressividade contra terceiros. Depressão contra mim mesmo quando algo não dá certo! Antecipo os acontecimentos ruins, em especial de falta de dinheiro se......... Se, o quê, afinal? Diz-se que exercícios físicos, ioga e aividades de prazer, que pode incluir fome de cultura e fundo musical suave, curam tudo isso. Vagamente estressado, acelerado ou ansioso com multitarefas para dar conta, é possível, mas nada de hiperatividade e pavor exagerado e antecipado, "...não vou conseguir"......... Vai, sim! Em casa, o moderno Home Office, localismo, boa opção... e de filosofia budista, o 'mindfulness', consciência plena, uma terapia comportamental: relaxamento + concentração, isto é, um exercício mental de 'cabeça vazia' que prega estar focalizado no presente (sem divagar sobre o passado, este vitorioso ou não, sem projetar o futuro, eterna incógnita), pois o certo é fazer uma coisa de cada vez, desenvolvendo a atenção e melhor desempenho - ambiente calmo, silêncio no entorno, sem interrupções para visitar a geladeira sem fome real; trabalhar em linha reta, como um bom Carneiro Ariano, desta vez em impulsividade objetiva e sadia, de alfa e ômega.

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FONTES:

"Quatro maneiras de manter o foco e a memória" --- "De volta para o presente" --- "Como lidar com o estresse e a memória" --- "A medida do estresse e da ansiedade" - Rio, jornal O GLOBO, 23/4-2/5-14/6 e 21/8/15.

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 05/07/2018
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