Tente imaginar

Será que um dia haverá outra vez em que a história será recontada?

Era uma vez uma estória sem começo nem fim. No meio do caminho havia uma pedra e esta fez um homem tropeçar, caiu de joelhos aos pés do seu maior inimigo, o qual não hesitou em dizer: Aceito seu pedido de perdão. Nada te fiz, respondeu o que tropeçara. Tudo é uma questão de ponto de vista. Levantou e continuou andando.

Será que daqui alguns anos haverá outra pedra e aquele que tropeçou não mais tropeçará, mas sim o seu inimigo e este cairá de joelhos aos seus pés? Acontecerá de o homem outrora ajoelhado dizer que aceita o pedido de perdão e o outro dizer que nada lhe fez. Ponto de vista de quem? Que inimizade é esta? Um olhar enviesado? Não foi com a cara do outro? Opiniões contrárias? Quem saberá? Parece que nem eles sabem.

Era uma vez uma estória sem nexo. O que é nexo? Não seria anexo? Se for anexo, este não foi anexado e por isto a estória continuará sem (a)nexo. O que haveria de ser (a)nexado? A verossimilhança? A coesão e coerência? A lógica? O início e o fim de uma narrativa? Personagens? Conflito? O que está escrito, está escrito e assim será. Mas o que será? O que acontecerá? Final feliz, infeliz, morte ou casamento, que seja. Importa é que algo aconteça. E o que aconteceu com esta história? Tente imaginar...

04/07/2018

Miguel Rodrigues
Enviado por Miguel Rodrigues em 04/07/2018
Código do texto: T6381550
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