A MENINA QUE PENSAVA GRANDE

Ela também era uma criança cheia de vida. Mariah e sua irmã Vitória e algumas amiguinhas da sua idade, brincavam de pega-pega naquela rua em terra até deslizar a barriga no chão. Pronto acabou a brincadeira, não escutou sua mãe que dizia: _ Parem de correr que vocês podem cair. Parou a brincadeira! Não tinham lá muita coisa, mas contava com o amor dos pais algo prioritário na vida de uma criança.

Estudavam com todas as dificuldades financeiras. Era a maior preocupação da sua mãe que, costumava falar que, “o estudo é a maior riqueza do pobre”. Estava certa, ninguém roubava, não podia desfazer da sua inteligência. Na sua vida de criança, Mariah tinha o necessário de tudo que fosse possível, além das singelas bonecas, panelinhas e outros, também usufruía das balas, pirulitos e pipocas.

Era uma menina feliz e já tinha um objetivo. Não aceitava ser “pobre”, mas a vida seguia. Aquelas tardes que resolvia brincar de pula corda com sua irmã Vitória. Amarravam a corda em uma cerca de arame farpado e segurava na outra ponta da corda, enquanto cada uma pulava até errar os passos. Às vezes chegava Lourdes uma prima de segundo grau que vinha do sítio para estudar e aproveitava para pular enquanto chegava a hora de ir ao Ginásio da cidade, pois era mais velha que elas, e cursava no Ginásio, enquanto elas ainda estavam na escola primária.

Mariah não tinha muita afinidade com as outras crianças, era um pouco reservada, não gostava que frequentassem sua casa, brincar para ela tinha hora e quem decidia isso era ela.

Quando alguém chegava à sua casa sem ser convidada, ficava indiferente ou às vezes mandava ir embora. Educada, mas nada gentil.

Certa vez chegou uma coleguinha em sua casa e ela diz: _ O que veio fazer? Não vou à sua casa por que vem à minha?

Era assim o seu jeito de ser, um tanto rebelde em suas palavras com respostas duras e diretas. Nunca teve medo de responder, mesmo que fosse a sua própria mãe, até chegou a tomar algumas palmadas por conta de não se conter em receber reclamações e responder sem pensar nas consequências.

Mas foi uma criança feliz! O seu sorriso estava sempre estampado no rosto. Até hoje ela sabe sorrir e tirar proveito das situações. Mariah sabe tirar a essência que alguns não enxergam.

Mariah, a menina rebelde no seu jeito de pensar.

Marlene Rayo de Sol
Enviado por Marlene Rayo de Sol em 30/06/2018
Código do texto: T6378145
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.