1055-PENSAMENTOS, DONS E INSPIRAÇÃO

Cap. 1 de “Você é um escritor potencial”

Todos nós, homens e mulheres do mundo inteiro, somos dotados de capacidades e habilidades para criar. Somos criaturas e criadores. Não há nada de místico nessa constatação. As pessoas podem criar a partir do pensamento, que é uma energia real, com a força igual ou maior do que nossos músculos ou da mais potente máquina.

Nós não nos damos conta de quantos pensamentos temos durante o tempo em que estamos acordados. Cientistas já tentaram “contar” quantas vezes pensamos, num trabalho completamente inútil, pois os pensamentos são importantes quanto à sua intensidade, e não quanto à quantidade. Os pensamentos de quem está focado em um assunto serão mais intensos e mais seletivos, e poderão se multiplicar infinitamente na área de interesse do pensador.

Um cientista que esteja investigando um assunto com interesse e profundidade, emitirá tantos pensamentos naquele assunto que será inútil saber quantos pensamentos, mas saberemos logo o quanto dedicou desta energia da pesquisa, pelos resultados que apresentar.

Um pintor, ao pintar um quadro, estará constantemente pensando na melhor combinação de cores, no uso adequado do pincel, na iluminação do ou paisagem que pinta, em constante comparação, e o resultado será a obra que produzirá.

Se for um pintor abstracionista, então seus pensamentos serão ainda mais variados, porque ao pintar formas que só ele imagina, terá pensamentos imaginativos que ninguém jamais ousará determinar ou limitar.

Governantes, administradores, líderes, inventores, homens importantes, têm mais pensamentos do que um operário, ou uma dona de casa, de uma criança, adolescente, ou idosos? Absolutamente NÃO. Toda pessoa sâ física e mentalmente emite pensamentos todo o tempo em que está acordada.

Alem da capacidade de pensar, somos presenteados (por Deuses? Pelo Construtor Universal? Pelo Universo? ) com os Dons.

Cada ser humano tem dons. É uma característica inerente à personalidade de cada um, e que se manifesta a qualquer momento, na forma de pensamentos criativos. Há os dotados do dom de escrever, de administrar, de liderar, de ensinar, de curar, enfim, de todas as formas de criar.

Os dons independem de nossa vontade, e podem surgir bem cedo, ainda criança, ou revelar-se em qualquer etapa da vida de cada um. Há crianças de poucos anos que tocam instrumentos com tanta, ou melhor perfeição do que músicos experientes e com muitos anos de aperfeiçoamento. São os gênios da música.

Existem gênios de todos os tipos e em todas as idades. Fala-se, em Ciências Exotérias, de dons que acompanham a reencarnação. Não vamos discutir a origem dos dons que recebemos, mas vamos destacar que, se não aproveitarmos nosso dons, viveremos a vida inteira insatisfeitos, remando contra a maré da felicidade e dando murros em posta de faca. E nada é produzido com qualidade, nada se deixa para a posteridade, nada se propaga para outras mentes.

Como sabemos quais dons possuímos? É uma experiência intuitiva. Quando escolhemos uma profissão, ou qual atividade empregar nossa força, nosso poder de criar, aí se revela o dom ou os dons.

Hoje, através de métodos científicos, a psicologia ajuda e encaminha os jovens para as áreas de estudo ou de trabalho através de testes, entrevistas e cursos ditos de orientação profissional.

A esta altura, você, que é um escritor em potencial (de outra forma, não estaria lendo este texto) está se perguntando:

Mas o que isto tem a ver com a possibilidade de eu vir a ser um escritor?

Tem tudo a ver.

Já vimos que somos seres pensantes durante todo o tempo em que estamos acordados. Agora sabemos que temos dons.

E qual é o seu dom?

Quando você se interessou pelo titulo do texto que agora lê, revelou-se seu interesse por ser um escritor. Uma pessoa que quer ser dentista, jamais irá se interessar por “Você é um escritor potencial”, pois ele já tem seu dom revelado, que é ser dentista. Da mesma forma um cientista, um bancário, um funcionário publico, um fazendeiro, um estudante de matemática não se interessará pelo que estou escrevendo. Já estão trabalhando ou estudando em áreas que lhes interessam, que escolheram livremente onde aplicar energia criativa.

Tenho uma relação muito agradável com o meu dom de escrever contos, que se revelo quando eu já estava na “melhor idade”, como se diz hoje, com 65 anos. Tudo começou quando, intuitivamente, frequentei um curso rápido de literatura para jovens que iriam prestar vestibular na Universidade Católica de Minas Gerais. Me senti um estranho no ninho, já de cabelos brancos, entre a moçada, os colegas da classe de “Produção de Textos”, o nome do curso.

Ao terminar o curso, de apenas duas semanas, quase todos nós, alunos, já tínhamos escolhido as áreas que seriamos conduzidos, seguindo nossos dons: uma jovem fez reportagem, outro escreveu uma crônica, alguns produziram poesia, um outro fez um depoimento pessoal, biográfico; escrevi um conto.

É claro que cada um de nós sabia o que queria, e então entrou na área o INSPIRAÇÃO.

A inspiração é interessante. Ocorre de forma independente de nossa vontade, mas é preciso que estejamos com a “cabeça aberta” para recebê-la. Uma pessoa interessada em um assunto, irá receber inspiração naquele assunto. Ela vem sob as mais variadas formas. Um “insight” que uma visão interior, uma conversa, uma leitura, sonhos, memórias, e recordações, uma fotografia, enfim, pode ocorrer sob as mais condições, a qualquer momento.

Picasso, famoso artista do século passado, criador do cubismo na pintura, disse o seguinte:

A INPIRAÇÃO existe, e quando ela chega deve encontrar o artista trabalhando.

Ou seja, se o artista não aproveitar a inspiração do momento para produzir sua obra (seja escultura, pintura, etc) ela passa e se perde. Mesmo na realiação de obras que não são artísticas, se o criador não aproveitar os momentos de inspiração, sua obra será sem criatividade e sem originalidade.

Não há muito que escrever sobre a inspiração. Minha experiência é minha, e poderá não se aplicar a nenhum outro escritor.

Quando tenho a inspiração e posso escrever, sento-me defronte o computador e digito o conto, a história, ou o caso, o PENSAMENTO que me INSPIROU. Se não tenho tempo para escrever naquele momento, escrevo num papel (desde papel de embrulho até beiradas de jornais ou guardanapos de resturantes) o resumo da ideia, que depois desenvolvo no computador. Apenas meia dúzia de frases, que constituem o meu “Ideário”, isto é, ideias para serem desenvolvidas quando tiver tempo.

Agora, vou dirigir meus PENSAMENTOS para escrever.

Então, vou descobrir meus DONS: quero mesmo escrever?

Enfim, vou abrir a cabeça para a INSPIRAÇÃO.

Vamos lá!

ANTONIO ROQUE GOBBO

Belo Horizonte, 5 de maio de 2018.

Conto # 1055 da série INFINITAS HISTÓRIAS

Capítulos: –

Cap. 1 – Você é um escritor potencial

Cap. 2 – Material de uso do escritor

Cap. 3 – Escrevendo um diário

Cap. 4 – Esquema de um conto – Ideário

Cap. 5 – Esquema para uma novela

Cap. 6 – Esquema para um romance

Cap. 7 – Revisões e acertos

Cap. 8 – Editoras, Livrarias e Gráficas

Cap. 9 – Editando o próprio livro

Cap.10 – O Livro Pronto: E agora?

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 27/06/2018
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