Airê: O Príncipe da empatia!

Airê: O Príncipe da Empatia!

Diz a lenda que existia um príncipe de uma beleza estonteante. Era tão belo, tão belo, que até os animais ficavam fitando o seu rosto, se aproximavam dele, brincavam e eram seus amigos. Sua beleza era marcante. Inesquecível para os que se aproximavam dele; ficavam encantados com seus finos traços; olhos negros brilhantes e suas longas madeixas, que iam até os pés. Sua alma também resplendia em beleza, leveza e firmeza.

Em criança, andava pelas campinas subia pelos montes, pois queria ficar mais perto do céu. Quando caía o sol, ele corria até as montanhas para pegar as estrelas. Sua felicidade era contemplar os astros à noite e a natureza de dia. Olhava o céu azul e sentia a presença do Criador. Andava pela aldeia e falava com todas as pessoas os quais admiravam à sua delicadeza e carinho! Era um menino doce, criativo e tinha sempre um jeitinho de falar que apaziguava as mais difíceis contendas. Era príncipe porque era filho do rei, portanto tinha que ser assim, alguém disponível para servir, antes de ser servido.

Um dia estava no alto da montanha! Fitou o sol sentindo um clarão nos olhos, disse esse é o meu Criador, ele é tão poderoso e quando eu deixar a terra assim também o serei. Criador, assim chamava àquele que criara tudo aquilo, do seu peito emanava gratidão, alegria pela vida, e certeza que no futuro seria recebido lá no alto como um sol. Airê, era questionador e perguntou pro sua mãe:

— Mãe, porque Deus não é mulher?!

— Filho, Deus não é homem nem mulher, é o que criou tudo e não sabemos direito o que é. Nós sentimos e vemos Deus e ele brilha e aquece o nosso chão, faz a semente germinar e crescer, e foi o que fez você nascer. Uma dia você será um deus meu filho.

Airê corria pelos campos, subia os montes e seus cabelos levitavam pela força do vento e o menino tinha a impressão de que voava, pois sentia-se tão leve que que até parecia um sonho! Assim O menino foi crescendo, virando homem, cumprindo os rituais de passagem, até chegar a sua condição honrosa de ser o príncipe daquelas terras, daquela gente que ele tanto amava. Airê, continuava sendo uma alma bondosa preocupada com seu povo e estava disposto a qualquer sacrifício para ajudá-los no que fosse preciso.

Certo dia, Airê, teve um longo sonho, que ele encontrara um anjo, com seus mantos azuis por cima de seus lindos trajes de tecido aeroso flutuante , foi uma das mais belas imagens que já vira na vida de sonho. Aquela doce mulher trazia uma cuia com uma água límpida e cristalina, azulada, mais parecia a água do mar. Airê tomou um pouco daquele líquido forte em sabor salgado e perguntou para a anja o que era aquilo. Porque ele tomara tão estranha porção.

— Sou a rainha das águas, Iemanjá, te entrego essa porção que é pra lhe dar o poder de cura. A partir de hoje serás chamado o Príncipe da Empatia, curarás as feridas do corpo e da alma daqueles que de ti se aproximar, antes de renascer pedistes essa provação e hoje apenas estou lembrando que chegou a tua hora.

Por tens que repitir comigo.

— hoje tenho uma missão

De curar todas as feridas

O compromisso é a abnegação

Vou curar as almas da fadiga

Pois trarei alento e compreensão

Ensinarei o amor e a renúncia

Pela asas da compaixão!

Airê ainda confuso disse:

— Doce mãe, como irei cumprir essa missão, terei o dom da cura, mas como poderei fazê-lo?!

— Filho, saberás ao acordar, todo aquele que de ti se aproximar perceberá em tua alma a grandeza do amor e da compaixão e sentirá vontade de ser tão bem amoroso e compadecido e todo aquele que souber doente, com chagas ou qualquer outro tipo de doença, ao aproximar-se de ti se curará, porém tu meu lindo e amado filho, teu nome diz és o príncipe da Empatia, marcará em teu corpo, em forma de feridas, às chagas daqueles que passarem perto de ti. Para ti poderá ser um sacrifício e dependerá da forma como tu olhares para tuas feridas. Estarás também assim longe da inveja daqueles que te cobiçam os dotes físicos e morais, pois mesmo ao preço do céu, muitos não conseguiriam cumprir essa missão. Mas o Criador sabe de cada um, por isso tem misericórdia dos que não tem forças para grandes missões. Vai meu filho, vai, desperta e tua consciência te guiará para cumprir o teu chamado, vai para os que têm sede, os que sótão famintos, os que sofrem dores cruciantes, os que são perturbados, serei por ti e estarei contigo.

Airê, acordou impressionado com tanta clareza daquelas palavras e estava decidido a começar a sua tarefa.

Olhou para seus pais:

— Meus amados país, meu respeito. Hoje começa minha missão!

Sua mãe o abraçou e disse eu sei mau amado filho pois eu tive um sonho...Seu pai, que sofria dores agudas na coluna, amanhecera curado, feliz e disposto:

— Sinto-me outro homem, sem dor disposto agora posso ir cuidar das lidas.

Airê ficou muito feliz de vir seu pai sorrir depois te tantos anos sofridos pela sua doença. Porém Airê sentia algumas feridas em sua pele. No entanto, Airê rendeu graças a Deus e forças para prosseguir em seu caminho.

Caminhando pela aldeia, percebeu as pessoas à sua volta, felizes e curadas de suas dores, fazendo festas, mas havia algo diferente, pois as pessoas ficaram tão gratas ao Criador que foram se ajudando em seus afazeres formando uma linda Comunidade, mais humana e feliz.

Airê, embora sentisse dores teve que cobrir suas chagas, só seu rosto ficará de fora e viu que as chagas não nasciam lá, no entanto sentia que mesmo assim as flerpas da inveja de alguns, ainda lhe chagavam o peito, então ele cobriu com suas belas madeixas todo o corpo e rosto, seus olhos eram sua consciência e assim continuou sua abnegada missão até o dia, teve outro sonho, era a sua mãe anjo, com seu manto d estrelas:

— Filho chegou o dia, hoje serás chamado para ser um Sol! Já foste um Sol da tua aldeia, foste o sal da terra, floreou com seus exemplos a sensibilidade nos insensíveis. Agora será um Sol no céu, estarás próximo de outras estrelas e poderás tocá-las e senti-las!

Assim, Airê, com extrema felicidade, quase num êxtase, subiu ao céu e seus cabelos formaram lindas asas, para que ele pudesse subir cada vez mais!

Eis a história de um menino, um príncipe que se tornou um sol e que deixou a pequena aldeia, mas certo de que muitos Airês, o Criador mandaria para ajudar a muitos.

Foi-se o Príncipe da Empatia deixando um rastro de luz, qual cometa, que sopra de norte ao sul deixando transparecer um caminho que pode ser seguido, caminho da compaixão, empatia e amor!

Reijane Brasileiro
Enviado por Reijane Brasileiro em 19/06/2018
Reeditado em 29/08/2018
Código do texto: T6368205
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