O sabor da maçã estranha

Jorge é um jovem estudante de 16 anos. Ele ama duas coisas: Matemática e maçã. O Jorge adora maçã. Todos os dias, no caminho para a escola, ele compra uma maçã:

- Opa seu João, tem maçã? – diz Jorge com o dono da mercearia

- Claro Jorge. Nunca falta maçã!

- Pois me passe uma aí!

- 7 reais.

- Porque sua maçã é tão cara?

- Não é boa?

- Com certeza!

- Por isso mesmo! Produto de qualidade tem seu valor.

- Tá certo seu João. Até mais!

- Até Jorge!

Ele sai da mercearia do seu João e vai pra escola. No caminho, ele encontra com Eduardo, seu colega de classe.

- E aí Eduardo, beleza?

- Beleza cara. E contigo, tá tudo bem?

- Sim. Com certeza!

- Ai que chato! Hoje tem 3 aulas de matemática. Aff!

- Que chato o quê? Matemática é muito massa. Além de ser muito útil!

- Só se for pra você! Eu acho a matéria mais inútil que já inventaram. Pra quê tanta fórmula?

- Opinião não se discute.

- Beleza.

A aula realmente foi muito boa. Jorge saiu ainda mais empolgado com Matemática. Ele chega em casa, larga a mochila no sofá, pega o caderno, o livro de matemática, um lápis e uma caneta e sobe correndo pro quarto.

- Pra onde pensa que vai Jorge? - É sua mãe, sempre muito preocupada. Pra Jorge até - demais!

- Vou estudar, né mãe! - Fala ele, um pouco estressado por sinal;

- Merende primeiro.

- Depois eu como.

- Jorge! Você precisa se alimentar meu filho. Se você não comer, como vai ter força pra estudar?

- Tá certo mãe. Já tô indo.

Ele sobe as escadas, guarda as coisas no quarto e desce para merendar.

- É impressionante como as maçãs do seu João são tão feias, mas tão deliciosas! - Fala Jorge.

- Beleza não é tudo filho. Lembre-se disso!

- É verdade mãe.

Jorge sobe, estuda, faz sua tarefa e passa o restante do dia ajudando sua mãe nas tarefas diárias.

No outro dia, Jorge se arruma e vai pra escola. Como sempre vai na mercearia do seu… Opa! Tem uma nova mercearia, do lado da do seu João. E..

Que belas maçãs! - Exclama Jorge, observando atentamente as maçãs à mostra. Mas deve ser bem cara - pensa ele. - Vou perguntar o preço.

Não precisou perguntar. O preço também estava bem visível. O cartaz dizia: “Maçãs deliciosas. Apenas R$2,00 cada.”

O quê? Essas maçãs são só 2 reais!? Eu vou comprar logo três!

- Senhor, me dê 3 maçãs dessas.

- Agora patrão! - diz o atendente da mercearia.

- São só dois reais mesmo?? - fala Jorge, baixinho.

- Claro! Porque eu cobraria mais?

- É que o seu João, o senhor da mercearia aqui do lado, cobra 7 reais por uma única maçã!

- Eu conheço esse velho. Ele é um ladrão!

- Ok. E minhas maçãs? - pergunta Jorge, apontando pras maçãs na mão do comerciante.

- Ah sim, aqui estão! Volte sempre!

- Tá bom.

Jorge sai da mercearia comendo uma das maçãs e pensando: “Como pode? Essas maçãs são lindas e deliciosas! Vou comprar só lá agora.

Ás 3 horas da tarde, em plena aula de matemática, Jorge passa muito mal. O professor o leva pra coordenação. A dona Marta, coordenadora da escola, liga pros pais dele, que alguns minutos depois chegam para buscá-lo.

- Corre pai! Eu tô muito mal! - grita Jorge.

- Você comeu algo estranho hoje meu filho? - pergunta sua mãe, preocupada.

- Claro que não mãe! Vamo pai! Corre! - grita novamente, ainda mais estressado.

- Tô indo o mais rápido possível Jorge. Tenha calma. - fala Marcelo, seu pai.

- Você fala isso porque não tá no meu lugar.

Jorge chega no hospital desmaiado. Rapidamente, seu pai o tira do carro e o leva pra dentro do hospital.

- Meu filho tá muito mal! - Fala Maria, a mãe de Jorge, à atendente.

- Calma senhora. Vai ficar tudo bem.

- Isso eu espero.

O médico logo chega. Com a ajuda da enfermeira, leva Jorge para uma das salas de emergência.

- Será que vai ficar tudo bem? - Pergunta a mãe de Jorge, desesperada, ao seu marido.

- Sinceramente, eu não sei.

Depois de muito desespero e ansiedade, para ser mais preciso 2 horas de muito desespero e ansiedade, aparece o médico.

- Melhoras doutor?? - pergunta Marcelo, desesperado.

- Infelizmente não. - diz o Dr. Fernando, abatido - o caso do seu filho é muito sério. É uma infecção, provavelmente causada por ele ter ingerido algum alimento estragado.

- Mas ele sempre escolhe as melhores frutas para comer! Ele tem muito cuidado com isso.

- Vai saber.. - diz o doutor - vou fazer o melhor que posso, mas acho que ele não vai resistir.

- Não! - grita desesperadamente Marcelo.

Chega a enfermeira:

- Doutor, tenho péssimas notícias.

- O que foi Fabrícia? - pergunta o doutor, preocupado.

- Infelizmente o Jorge…

- Nãaaaaaaaao! - gritam em uníssono os pais de Jorge.

- Não resistiu... - completa a enfermeira.

- Como isso pôde acontecer? - exclama Maria angustiada.

O doutor e a enfermeira dão seus pêsames e os pais do finado Jorge vão embora.

Ao chegar em casa, Maria liga para Eduardo, o melhor amigo de Jorge:

- Eu não acredito! - exclama Eduardo, ao receber a notícia.

- Eduardo, posso te fazer uma pergunta?

- Mas é sério? O Jorge morreu?

- Sim. - fala Maria, chorando - mas eu posso fazer a pergunta?

- Claro!

- O Jorge comeu alguma coisa estranha?

- Não que eu saib… Espera! Ele chegou hoje no colégio com umas maçãs diferentes. Disse que tinha comprado em outra mercearia. Era mais barata e melhor.

- Eu não acredito….

- Dona Maria??

LIÇÃO:

“Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel, e o seu paladar é mais suave do que o azeite. Mas o seu fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes.”

Provérbios 5:3,4