QUEM DISSE QUE SOU HIPOCONDRÍACO? - PARTE II

"O doente imaginário", última peça escrita pelo francês MOLIÈRE, palco em fevereiro de 1673; quarta representação sete dias depois, autor desmaiou......... e ironicamente logo morreu. ----- Argon, o protagonista, rico e avarento, com mania de doenças, quer casar a filha com... um médico, para economizar consultas e receitas. Análise psicológica da hipocondria. (Longe de FREUD, que só nasceria em 1856.) ----- Adaptação do tema na telenovela -"Amor com amor se paga", 1984 - TV Globo - Nonô Correia, viúvo-neurastênico, irritadiço, na super interpretação de ARY FONTOURA.

Séculos se passam, e o comportamento humano é sempre o mesmo.

Vá lá que existam as questões emocionais, sem explicação racional para as verdadeiras doenças orgânicas, fatais ou não, algumas crônicas.

Há quem se sinta humilhado pelas doenças e esconde ou mente sobre os sintomas. "Por que fui o escolhido? Castigo?!" Outros atribuem a doença a uma autocriação: "Eu me fiz esta doença." Fantasia porque doença é doença... que nunca atingiria inocentes pela idade ou pelo não-pecado, não crime... Psicanaliticamente, corpo e mente são indissolúveis, emoções inscritas no corpo, assim como certas doenças orgânicas no aparelho psíquico - relação constante entre a psiquê o corpo e o meio ambiente onde vivemos, buscando equilíbrio - no caso de situações fortes ou tristes demais, momento emocional difícil, ou muitas vezes campo fértil pela herança genética, dá-se o desequilíbrio... São muitos os fatores para as doenças. Tristezas podem "não pagar dívidas", linguagem popular, mas causam doenças, sim, orgânicas ou psíquicas - é o corpo chorando pelas angústias que não cessam sem ajuda externa. ----- Poeta anárquico VINÍCIUS, em tempo da bossa nova, escreveu que "Tristeza não tem fim, felicidade, sim" (JOBIM nusicou). Na tradicional revista "Reader's digest", tipo livro de bolso (menor que a nossa "Veja"), criada nos States em 1922, título "Seleções" no Brasil, a tradicional página de anedotário universal, "Rir é o melhor remédio".

Fui sério,fechado, caladão......... até a presente data.

Rir e evitar hospital......... também acho!

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HQ - URBANO, O APOSENTADO, de A. SILVÉRIO - URBANO, camiseta cavada e bermuda, caminhando pela pracinha - "Sol... calor... Gosto do verão..." MARLENE, professora aposentada - "É a minha estação favorita!" ALMEIDA, roupa fechada, cachecol e guarda-chuva presentivos - "Concordo, amigos... insolação, alergias, micoses... eu adoro reclamar do verão." / ALMEIDA - "Janeiro: dor de cabeça, tonteira, dor nas costas, garganta inflamada... fevereiro: dor nas costas, resfriado..." URBANO para outros dois amigos - "Hoje é dia da retrospectiva hipocondríaca do Almeida." / Banco da pracinha, URBANO lendo jornal e comenta: "O outono começou na terça-feira..." ALMEIDA, resmungão, 'estrelas' ao redor, na gravura - "Minha dor nas costas começa no outono..." / AMIGO falando, os três homens andando - "Legal! O hipocondríaco Almeida gosta de arte!" URBANO calado. ALMEIDA - "Chegamos!" Estranha exposição de quadros: seringas de injeção, compridos em duas ou muitas cores.........

FONTE:

"Por que eu? Por que logo comigo?", artigo de MARGARET WADDIGTON BINDER - Rio, jornal O GLOBO, 7/4/18/

F I M

Rubemar Alves
Enviado por Rubemar Alves em 17/06/2018
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